24 de maio de 2011

Apontado como mentor de uma farsa no caso Evandro, Diógenes "solta o verbo" contra delegado


As declarações do delegado Luis Carlos Oliveira, em entrevista ontem (23) à Banda B, apontando abertamente Diógenes Caetano, primo do pai do menino Evandro Ramos Caetano, como mentor de toda a trama para tentar a incriminar a família Abagge, em um suposto ritual satânico, causaram polêmica. Procurado pela reportagem, Diógenes Caetano, que escreveu o livro “A Verdadeira História do Caso Evandro”, contando a sua versão sobre os acontecimentos de 1992, não poupou palavras para se defender. Ele (o delegado Luis Carlos Oliveira) é uma pessoa que não é idônea para falar de nada, muito menos de um caso que ele não conhece, um caso como esse aqui de Guaratuba, onde ele chegou bem depois de tudo ter acontecido.  Eu me  admiro que a Polícia Civil ainda admita que este delegado esteja trabalhando dentro dos quadros da polícia e, principalmente, dando entrevistas sobre uma área que ele nem tem conhecimento. É um absurdo, mesmo. Fico desapontado. Mas não me surpreende, porque eu conheço o delegado Oliveira e sei do que ele é capaz”, desabafou Diógenes
Opiniões contrárias são comuns neste caso.  Desde a data do crime, as autoridades vêm divergindo em suas conclusões. O perito criminal, Artur Drischel, que fez o exame do local, não acredita que o corpo encontrado e apresentado seja o de Evandro.
“Em função da data de morte, até a data do achado do cadáver, as marcas da cronotanatognose não correspondiam perfeitamente a este tempo, o que sugere que o corpo tenha sido congelado. Então, no meu conceito, na minha forma de visualizar o caso, provavelmente, o corpo examinado não é o de Evandro Ramos Caetano,” atestou o perito.
Já o governador do estado do Paraná, na época, Roberto Requião, convocou uma entrevista coletiva no Palácio Iguaçu, para anunciar que o corpo era de Evandro:
“Hoje (1992) o exame de DNA confirma que o cadáver encontrado é do menino Evandro Caetano, e põe fim a discussão quanto a materialidade do crime. E é preciso que a sociedade não seja mais iludida, porque isto não é discussão, isto não é abertura democrática, para colocação de opiniões contraditórias. É uma tentativa articulada para libertar, para tirar da prisão, os responsáveis por esse crime hediondo. A materialidade está comprovada”, disse Requião.
Novo julgamento
Na próxima sexta-feira (27) uma nova página deste caso será escrita. Beatriz Abagge (47) estará sentada no banco dos réus. Sobre o que pode acontecer neste julgamento, Diógenes Caetano, prefere não arriscar:
“Se tratando de júri, tudo é possível, porque a gente não sabe o que passa na cabeça deles. Eles tiveram 19 anos de lavagem cerebral, feita pela Revista Isto É, pela Rede Paranaense de Comunicação. Teve aquela farsa, aquela montagem, do Diogo Moreira Alves, que trouxeram lá de Manaus, dizendo que era o Leandro Bossi. Então, a opinião pública está mudada. Mas mesmo assim eu tenho esperança que eles sejam condenados. Eu acho que a justiça vai prevalecer, que isso aí vai se encerrar e ninguém mais vai falar que eles são inocentes”, afirma Diógenes.

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