7 de agosto de 2011

Fui acusada injustamente”, diz ex-mulher de Jorge Grando em entrevista exclusiva

Passados quatro meses de um dos casos mais violentos registrados em 2011 na Grande Curitiba, a Chacina de Piraquara segue sem solução. Era madrugada do dia 23 de abril quando cinco homens foram amarrados e mortos com tiros na cabeça, num loteamento de chácaras naquele município da região metropolitana de Curitba.
Entre as vítimas estavam o dono da propriedade, o ambientalista Jorge Grando (foto); o irmão dele, Luis Carvalho Grando; Albino Silva, funcionário da Sanepar; Gilmar Reinert, empresário; e Valdir Vicente Lopes, agente da Penitenciária Central do Estado.
Em entrevista exclusiva concedida ao jornalista Antônio Nascimento durante o programa Casos de Polícia desta semana, que vai ao ar na Rádio Banda B todo sábado a partir das 22h, a ex-mulher de Jorge Grando, Derise Grando, falou, dentre outras coisas, sobre a demora da polícia na solução do caso:
“Nós não temos a menor ideia do que aconteceu, assim como a polícia. Não estamos recebendo informações e como não deixaram ninguém na casa para contar história, é tudo um mistério. Imagino que quem foi lá, não foi atrás de dinheiro, foi pra matar. Não pode ter sido um latrocínio, até por toda crueldade verificada na execução”, disse ela.
Apesar da demora na solução no caso, Derise prefere não culpar a polícia. “Eu sei que a investigação começou toda errada, as informações levadas algumas foram vistas e outras não. Nem sabemos se foram os bandidos que reviraram toda casa, quando cheguei estava cheio de gente. Mas não culpo os policiais, eu consigo ver o empenho deles na solução do caso”, constatou.
Para concluir, a ex-mulher de Grando, que chegou a ser apontada como possível suspeita no crime, fala do respeito que tinha pelo ambientalista. “Por estarmos separados, mas sem divórcio, falaram deste seguro, que sequer existia e diziam que me beneficiaria. Com toda dor que senti, ainda tive que aguentar esta acusação. Mesmo separados, tínhamos uma ótima relação, Jorge era uma pessoa sensacional, premiado internacionalmente, não conseguimos entender este caso”, finalizou.
Investigações da polícia

Marcelo Borges
Na chácara, cenas de um massacre

Ainda durante o programa de ontem, o delegado responsável pela Delegacia de Piraquara, Amadeu Trevisan de Araújo, contou que a Polícia Civil tem como prioridade a solução do caso, no entanto, faltam pistas. “É um crime complexo e que no primeiro momento não foi devidamente documentado. Algumas linhas de investigações foram tomadas, mas não temos nenhuma pista concreta sobre a motivação e suspeitos”, relatou ele.
Entrando em detalhes sobre a motivação, o delegado afirmou que a hipótese de ter sido um latrocínio (roubo seguido de morte) é pequena. “Não houve roubo de valores, por isso, quem cometeu este crime provavelmente não foi à chácara com esta intenção. Não podemos afirmar nada sobre outras linhas de investigação, já que não temos pistas para isto”, explicou.
A Banda B acompanha de perto, desde o dia 23 de abril, o crime que chocou a população da Grande Curitiba e, assim que novidades forem repassadas pela Polícia Civil, serão trazidas ao leitor/ouvinte do Portal/Rádio Banda B.
O crime
A chacina aconteceu na casa de Jorge Grando durante a madrugada do dia 23 de abril.  Os assassinos deixaram a casa toda revirada e os cinco homens amarrados e mortos, todos com tiros na cabeça, sendo três das vítimas com disparos nos olhos. As vítimas estavam na casa de Grando que fica em um loteamento de chácaras, localizado perto da Estrada Nova Tirol, bairro Capoeira, em Piraquara, região metropolitana de Curitiba.
Uma moradora da pacata região ouviu disparos, após isso um familiar sentiu falta de uma das vítimas e foi até o imóvel, no qual viu a cena inacreditável de fora da casa por uma das janelas

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