Durante a ação, o policial federal que dirigia a picape alertou os outros dois colegas sobre o que pretendia fazer. "Vou bater na asa, vou bater na asa. Não atira, não", disse.
Segundo o delegado Edson Gonçalves de Souza, responsável pelo setor de comunicação da PF em Ribeirão Preto, o motorista foi treinado e tinha perícia suficiente para fazer a manobra. "É um dos mais experientes condutores de viatura do Brasil e já havia conversado com pilotos sobre a melhor forma de interceptar um avião durante uma decolagem. Ele dá uma ordem de comando (pedindo para não atirar). Já tinha entrado na pista sabendo o que iria fazer."
Investigação
A PF já investigava o grupo havia pelo menos 30 dias. O mesmo avião que transportava nesta terça-feira notebooks, impressoras, circuitos de vigilância, câmeras e bicicletas foi usado um mês antes por traficantes para levar drogas para o Sul de Minas Gerais.
Durante a operação realizada ontem, 10 agentes da PF foram direcionados para canaviais da região na tentativa de encontrar o bando. Já se sabia a data e o horário em que o avião deveria pousar, mas não o local exato.
Ao lado da pista, os policiais encontraram uma picape Silverado branca e uma Toyota Hilux preta. O motorista da última conseguiu fugir, mas já foi identificado. O delegado da PF explicou que o foco era a aeronave. "Pegar o avião e o piloto é mais importante do que qualquer coisa, porque quebra a logística da quadrilha."
Segundo Souza, a região de Ribeirão Preto é propícia para o pouso e decolagem de aviões usados por traficantes e contrabandista. "É plana, com grandes canaviais, e tem muitos desses corredores no meio das plantações, que funcionam como pistas. Também dificulta a ação da polícia, porque o barulho do motor chega antes e eles enxergam a poeira levantando à distância", disse. Mesmo assim, nos últimos cinco anos, foram apreendidos 11 aviões - oito com drogas e três com produtos contrabandeados. (com informações do jornal O Estado de São Paulo)
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