27 de novembro de 2011

Estudante baleado em SP justifica reação a assalto...

Júlio Sommerhauzer levou um tiro que atingiu o diafragma e o estômago. O estudante passou por cirurgia, mas a bala ainda está alojada perto de uma vértebra na região lombar.
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O estudante Júlio Sommerhauzer foi baleado em São Paulo, depois de reagir a um assalto. E câmeras de segurança registraram tudo. “Ele recarregou a arma e saiu correndo e me deu um tiro. Esse último tiro que ele deu pegou”, conta o estudante Julio Sommerhauzer,

Esse foi o desfecho de um confronto gravado por câmeras de segurança. Às 22h de quarta-feira passada, Julio Sommerhauzer, estudante de 21 anos, estacionava numa rua dos Jardins, região nobre de São Paulo.

Um homem rapidamente se aproximou anunciando o assalto: “Quando abri a porta do carro, já veio um sujeito, de boné, tudo assim, com uma arma gigante na mão, prateada, já pedindo. Falou que eu perdi: ‘perdeu, desce do carro, perdeu playboy’", conta Júlio.

Segundo Julio, o assaltante faz dois disparos de advertência: um para o chão, outro para o alto. O estudante finalmente deixou o veículo. Mas, em vez de se render, ele reagiu.

Praticante de jiu-jitsu, Júlio decidiu usar a habilidade para se defender. “Mirou em mim, nessa hora eu pensei: ‘se eu não fizer nada, eu vou acabar morrendo aqui mesmo. Minha vida vai ter sido em vão’.

A briga é rápida. Eles trocam socos, chutes, até que o assaltante atira duas vezes. Julio ainda tenta revidar, mas logo cai, ferido. E grita por socorro. O assaltante foge, como mostra outra câmera de segurança da mesma rua.

Vejas em vídeo o local onde aconteceram os disparos. Júlio ia visitar um amigo num prédio ao lado. Lá de dentro do apartamento, o amigo ouviu os tiros e os pedidos de ajuda. Não teve dúvida: era a voz de Júlio.

O amigo, que não quis dar entrevista, foi até o local do assalto. Quando chegou, funcionários de uma farmácia próxima prestavam os primeiros socorros.

Dos dois disparos que o assaltante fez contra Júlio, só um acertou o rapaz. O tiro atingiu o diafragma e o estômago. O estudante passou por cirurgia, mas a bala ainda está alojada perto de uma vértebra na região lombar.

A família, que é do interior de São Paulo, foi para a capital acompanhar o tratamento.

Sobre o enfrentamento com o bandido, o pai de Júlio falou: “Nós ficamos apavorados. Eu sempre falo que é pra deixar levar, porque o carro tem seguro, então leva o carro embora”, disse José Júlio Sommerhauzer.

O psiquiatra Daniel Martins de Barros, do Hospital das Clínicas, explica a reação de uma pessoa diante de um assalto: “Diante de uma situação de ameaça, a primeira coisa que passa, que nem passa na nossa cabeça, que é automática, é uma reação de fuga ou luta, Sair correndo, sem pensar e sem olhar pra trás, ou uma reação de enfrentamento. É por isso que muitas vezes a pessoa, mesmo sabendo que não se deve reagir, essa reação automática toma conta dela e ela acaba às vezes fazendo uma bobagem”.

Em situações como o assalto vivido por Júlio, o consultor de segurança alerta: reagir é sempre a pior atitude.

“O bandido entende isso de uma forma muito inadequada. Na cabeça do criminoso, aquele bem já é dele. Felizmente, nessa situação, ele está fora de perigo, mas foi um milagre”, afirma Diógenes Lucca, consultor de segurança. A polícia ainda investiga o caso para encontrar o assaltante.

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