Motoristas e cobradores paralisaram duas linhas de ônibus da Via Sul.
Polícia Civil busca câmeras que tenham registrado o espancamento.
Motoristas e cobradores de duas linhas Via Sul (linha 314J/10 – Pq. Santa Madalena - Metrô Liberdade e linha 4222/10 – Pq. Santa Madalena – Pça. João Mendes) paralisaram as atividades nesta terça para participar do enterro do colega Edimílson dos Reis Alves, de 59 anos, previsto para as 9h. A SPTrans acionou o Plano de Atendimento entre Empresas de Transporte em Situação de Emergência (Paese) às 3h30 para atender as linhas. Estes trechos estavam sendo operados por 15 ônibus da empresa Novo Horizonte.
A Polícia Civil busca câmeras que tenham registrado o espancamento de Alves. Segundo o delegado Antonio José Pereira, os vídeos podem ajudar a identificar os responsáveis pela agressão ao motorista. Ele morreu a caminho do hospital. Ninguém foi preso.
Após colidir em três carros e em três motos, uma passageira puxou o freio de mão, o que fez com que o veículo parasse. Uma cobradora, que não quis ter o nome divulgado, voltava pra casa de carona no ônibus. Ela disse que o motorista passou mal ao sair de um ponto.“Quando ele não fechou a porta, eu já achei estranho, porque ele não é de andar de porta aberta. Mas aí quando eu vi que ele não desviou do carro, falei: ‘Ele está passando mal’. Aí foi que eu comecei a gritar para o cobrador também me ajudar porque ele não estava bem.”
Além de atingir os outros veículos, o ônibus atropelou um rapaz de 26 anos. Ele teve fratura exposta do dedo do pé e se recupera de uma cirurgia no Hospital Geral de São Mateus. Alguns carros amassados pertencem às pessoas que participavam do baile funk. Segundo a polícia, os frequentadores da festa acharam que se tratava de mais um caso de embriaguez ao volante e partiram para a agressão.
“Eles começaram a entrar no ônibus e a quebrar tudo. Tacaram pedra. De tudo quanto era lugar vinha pedra. Tamanha brutalidade. Puxaram ele pela janela do ônibus, saíram arrastando ele”, disse a cobradora. Ainda não se sabe se Edimílson morreu pelo mal súbito ou pela agressão.
“Isso não é jeito do ser humano tratar o outro. A gente quer ver os culpados na cadeia. simplesmente é isso. Não foi todo mundo valente? Cadê agora as pessoas?”, disse, indignada, Eunicie dos Santos, prima do motorista. Edmilson trabalhava havia mais de 20 anos e completaria na terça-feira (29) 60 anos de idade.g1
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