29 de novembro de 2011

Aluna que deu golpes de estilete em colega de escola em SP é apreendida

Jovem irá para Fundação Casa por suspeita de lesão corporal gravíssima.
Diferença entre estilos e gostos musicais motivou rixa entre as estudantes.


Central de Flagrantes do 91º DP, na Zona Oeste (Foto: Marcelo Mora/G1)Central de Flagrantes do 91º DP, na Zona Oeste
(Foto: Marcelo Mora/G1)
A adolescente, de 16 anos, que desferiu golpes de estilete em uma colega de escola de Pirituba, em São Paulo, na manhã desta terça-feira (29), foi apreendida pela polícia e será encaminhada à Fundação Casa. Segundo a delegada Maria Letícia Camargo, da Central de Flagrantes da 3ª Seccional, na Zona Oeste da capital, a ocorrência foi registrada como sendo de lesão corporal gravíssima. A vítima, também uma adolescente de 16 anos, levou 54 pontos no rosto e no peito, devido aos ferimentos sofridos. De acordo com a delegada, a agressora, que compareceu à delegacia acompanhada da mãe, recusou-se a dar a sua versão.
A agressão com o estilete ocorreu supostamente durante uma briga entre as duas alunas em frente à Escola Estadual Professor Cândido Gonçalves Gomide, na Rua Álvaro Zaneti, em Pirituba, por volta das 10h30 desta terça. Segundo a assessoria de imprensa da Secretaria da Educação, as duas jovens que se envolveram na suposta briga são alunas do 1º ano do ensino médio.
A rixa entre as estudantes teve início há seis meses por divergências nos estilos e gostos musicais. A adolescentes que desferiu a estiletada se diz gótica - ao DP, inclusive, ela compareceu vestindo roupas pretas e de bota de cano alto -; enquanto que a que foi agredida seria apreciadora de funk estilo pancadão.
O auxiliar de escritório João Victor Chagas, de 19 anos e namorado da aluna ferida, disse que as duas eram rivais, e que a vítima foi ameaçadas algumas vezes. "Ela sempre falava (das ameaças), mas ninguém imaginava. Eu falava para ela ignorar, mas ninguém imaginava que chegaria a esse ponto", lamentou. A mãe da adolescente, que pediu para não ser identificada, também afirmou das desavenças da filha na escola. "Ela já tinha me falado que havia brigado, mas nunca imagina que vai acontecer uma coisa dessas", declarou, na delegacia.
Acompanhada da mãe, a jovem agressora disse ao G1 na delegaçia, antes de ser apreendida, que agiu em legítima defesa. Segundo ela, a outra aluna, acompanhada de amigas e amigos, a abordou na saída da escola e que, em seguida, partiu para cima dela para agredi-la. "Eu já tinha ouvido que ela iria me aprontar alguma no último dia de aula e fiquei esperta. Quando ela tentou me agredir, eu tirei o estilete da bolsa e me defendi. Daí os amigos dela vieram para cima de mim e foi quando me tiraram do meio da confusão", contou.
O estilete, segundo ela, é um dos itens do material escolar, utilizados em sala de aula. "Quando eu vi aquele sangue, deixei cair o estilete. Nem vi onde foi parar", disse. De acordo com a jovem, a rixa começou justamente por ela ser a única adepta do estilo gótico na escola. Devido a isso, ela sofre provocações dos demais alunos. O estilete foi apreendido pelos policiais militares e será periciado.
Após a primeira briga com a rival, um professor pediu que as duas fizessem um trabalho escolar cada. A gótica teria de escrever sobre o funk; e a outra estudante teria de abordar o gótico. "Eu disse ao professor que não poderia fazer o trabalho, porque funk não é cultura. Ela ficou revoltada com isso", relatou. Apesar disso, a agressora garante ter amigas 'funkeiras'.
Testemunhas ouvidas pelo G1 relataram que a versão é distinta da apresentada pela agressora. Segundo eles, a jovem atravessou a rua em frente à escola e foi direto em direção da rival, desferindo os golpes de estilete sem dizer palavra, primeiro no peito e depois no rosto. Além disso, afirmaram que o estilete não consta da relação do material escolar.
Após ser atingida, a vítima foi socorrida pela Polícia Militar e levada ao Hospital Municipal Dr. José Soares Hungria, na Zona Norte. Um cirurgião plástico suturou o ferimento e a jovem recebeu alta em seguida, segundo informações da Secretaria Municipal da Saúde.
Em nota, a Secretaria da Educação lamentou o ocorrido. Os responsáveis pelas duas estudantes foram comunicados e a equipe gestora da instituição de ensino deve reunir “o Conselho de Escola para analisar as medidas cabíveis”. O Conselho Tutelar também deverá ser acionado.G1

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