Conselho Tutelar não descarta responsabilizar mãe por negligência.
Segundo delegada, criança sofreu abuso e foi assassinada a pauladas.
A criança foi encontrada morta na segunda-feira (9), em uma obra. A delegada responsável pelo caso, Alessandra Maria de Castro, não descarta a possibilidade de o crime ter sido cometido por alguém conhecido da vítima. "Isso porque ela caminhou com essa pessoa, se deslocou de um local para outro, um percurso consideravelmente distante. Ela estava na Vila União, e o corpo foi achado no Setor Paineiras", explicou.
Em entrevista à TV Anhanguera, Leidia afirmou que a filha estava apresentando um comportamento diferente. "De uns dois dias para cá, ela não estava bem e ficava na rua até as 23h30. Estava difícil (lidar) com ela. Ela estava nervosa, parece que sabia o que ia acontecer, desinquieta lá dentro de casa", relata.
Segundo a mãe, Yasmin se comunicava frequentemente com pessoas desconhecidas na rua. "Qualquer um que passava, ela chamava de avô, pai. Para ela, não tinha estranho", contou.
A conselheira tutelar Almirinda de Fátima Carneiro afirma que, um dia antes do desaparecimento, recolheu Yasmim na casa de desconhecidos e advertiu a mãe da menina. "No sábado, uma família me ligou, dizendo que havia uma criança brincando com os filhos deles. Apareceu lá na casa e eles não sabiam o que fazer, visto que já havia cinco horas que a criança estava lá e ninguém a tinha procurado. Eles teriam a levado na casa da mãe, e ela não estava", relatou.
Almirinda foi ao local e conduziu Yasmim para a residência. Chegando lá, encontrou a mãe e perguntou por que a menina ficava tanto tempo na rua. "Ela disse que a criança costumava ficar na rua com o irmão menor. Ela foi advertida quanto a isso. Eu falei que ela seria encaminhada à nossa rede de proteção e também à equipe do Cras [Centro de Referência de Assistência Social], para fazer um trabalho com a família", disse.
Yasmin Martins de Souza desapareceu na manhã
de domingo (8) (Foto: Thiago Silva/Diante do Fato)
Segundo a conselheira tutelar, a criança já havia sido monitorada em duas outras ocasiões. "Em 2008, Yasmin foi acompanhada e, em 2011, as crianças (ela e o irmão) ficaram quatro meses abrigadas. Retornaram à família porque a mãe já estava preparada para receber os filhos", explicou Almirinda.de domingo (8) (Foto: Thiago Silva/Diante do Fato)
Investigação
A delegada responsável pelo caso afirmou que Yasmim sofreu abuso antes de ser morta. "O laudo ficará pronto na próxima semana, mas o legista adiantou que houve violência sexual e depois ela foi assassinada com várias pauladas na cabeça, de forma muito cruel", relatou Alessandra.
A delegada afirma já ter pistas do suspeito." Temos o perfil, as características do homem que fez isso, mas ainda não o identificamos", informou. Apesar da greve na Polícia Civil, os agentes e escrivães de Catalão se sensibilizaram com o caso e, segundo a delegada, estão trabalhando para solucionar o crime.
Desaparecimento
Yasmin havia saído da casa da avó na manhã de domingo (8) para encontrar a mãe em uma feira onde ela trabalhava. No entanto, a menina não chegou ao destino. Após o sumiço, familiares e policiais chegaram a procurá-la, mas não a encontraram.
Mãe de Yasmim segura boneca da filha no local onde o corpo foi achado (Foto: Thiago Silva/Diante do Fato)
O padrasto da vítima, Roberto de Sá Silva, contou que soube da morte por telefone. "Um tio meu estava ouvindo rádio e me ligou avisando que haviam encontrado uma menina morta. Fui para o local com minha esposa e, infelizmente, era ela", recordou.Na segunda-feira, o pedreiro Luizmar Bernardes achou a menina morta na obra onde trabalha, no Bairro Paineiras. Ele lembra com tristeza do momento em que viu a menina.
"Cheguei e nós [outros colegas] trabalhamos um pouquinho. Quando olhei lá dentro, me deparei com a criança morta lá e chamei outro colega meu para olhar. É triste de ver. A cena é lamentável", afirmou.
O corpo de Yasmim foi enterrado no Cemitério São Pedro na manhã de terça-feira (10). Na despedida, o clima era de indignação e muita revolta. "Peço Justiça, porque confio na lei", disse a tia da menina Andreia Luíza Souza.fonte gl
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