Andador (Foto: TV Globo/Reprodução)
O produto, que segundo os fabricantes proporciona "liberdade" a bebês com idade entre 6 e 15 meses, que ainda não andam sozinhos, é considerado "perigoso" por especialistas. Eles alertam para o risco de acidentes e traumatismos decorrentes da queda de crianças em escadas, ou mesmo queimaduras, já que dentro deles os bebês podem encostar em superfícies quentes.Segundo o pediatra Danilo Blank, membro do Departamento Científico de Segurança da Criança e do Adolescente da SBP, o andador também pode retardar a atividade muscular da criança, "que fica pendurada, sem mexer a perna ou as articulações". "É um instrumento que não tem benefício e oferece risco grave de traumatismo", explicou o médico.
Fabricantes vão recorrer
O presidente da Associação Brasileira de Produtos Infantis (Abrapur), Synesio Batista da Costa, critica a decisão judicial e afirma que os fabricantes vão entrar com recurso. Ele considera a determinação "emocional" e ressalta que o andador infantil é usado no mundo todo.
"Nem os europeus, que são muito certificadores, proibiram o uso", afirmou. O Canadá é o único país onde os andadores são proibidos.
Costa destacou que no Brasil são vendidos, em média, 2 milhões de andadores por ano, e que é de responsabilidade dos pais usar o equipamento corretamente. "Acidentes com crianças acontecem sempre por falta de cuidado das mães. Andador não é para descer escada, é para andar em espaço doméstico sob supervisão de um adulto."
Em julho, o Inmetro avaliou dez marcas de andadores disponíveis no mercado. Todas foram reprovadas pelo órgão. Em agosto, o Inmetro anunciou que vai fazer uma certificação compulsória dos equipamentos. Segundo o órgão, de todos os relatos feitos sobre a categoria de "produtos infantis", 9,3% são relacionados a andadores.
"Ainda não existe uma norma da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) relacionada aos andadores infantis", destacou Costa. Ele afirmou, ainda, que a decisão da juíza não considera os equipamentos importados. "Trabalhamos para crianças, temos de fazer produtos cada vez mais seguros."
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