18 de julho de 2012

Foi covardia’, diz pai de jovem que morreu após ter Samu negado em SP

Foi uma covardia o que eles fizeram”, assim o ferroviário João Maciel, 55 anos, definiu o que aconteceu com a filha dele, Eliane Cristina Maciel Martins, 29 anos, que morreu na segunda-feira (16) após esperar por duas horas por uma ambulância do Samu. Um telefonista que trabalha no serviço de resgate administrado pela Prefeitura de Ribeirão Preto (SP) afirmou que o médico responsável pela regulação negou o atendimento quando soube que a paciente tinha plano de saúde.
João Maciel, 55 anos, levou a filha para uma unidade de saúde em Ribeirão Preto, SP, mas a jovem morreu (Foto: Reprodução/EPTV)João Maciel, 55 anos, levou a filha para uma unidade
de saúde após uma crise na madrugada de segunda
(Foto: Reprodução/EPTV)
Eliane fazia tratamento para doença renal e teve uma crise na madrugada de segunda, quando foi levada pelo pai às pressas para uma unidade básica de saúde. No local, a médica que prestou atendimento solicitou uma ambulância do Samu para que a paciente, em estado gravíssimo, fosse transferida para o hospital do qual era conveniada. O responsável pela regulação, porém, teria avaliado que o transporte deveria ser feito por uma ambulância contratada pelo plano de saúde da jovem.
Afirmando ainda estar transtornado, Maciel falou ao G1 por telefone sobre as horas que antecederam a morte da filha. “Eu achei muito estranho. A médica pediu a ambulância do Samu, mas depois ela me perguntou se a Elaine tinha convênio”, lembrou.
“Minha filha foi piorando e a médica explicou [por telefone] para o pessoal do Samu, mas acho que era falta de vontade. O que eles fizeram com a minha filha foi uma covardia. Se fosse um parente desse médico, ele mandava a ambulância”, desabafou Maciel.
PromotoriaO Ministério Público abriu inquérito nesta segunda-feira para investigar a morte de Eliane. Para o promotor Sebastão Sérgio da Silveira, a mulher deveria ter recebido atendimento de urgência na unidade de saúde e depois ser transferida para o hospital privado. "O SUS é universal, ele foi criado para atender todas as pessoas”.
Outro ladoO advogado do médico responsável pela regulação do Samu no horário da ocorrência foi procurado pela reportagem, mas não se pronunciou sobre o caso.
O Hospital São Francisco comunicou, em nota, que a ambulância do convênio foi acionada logo que recebeu o chamado da unidade de saúde da Prefeitura, mas o atendimento não foi realizado porque a paciente já estava morta.
Eliane Cristina Maciel Martins, de 29 anos, morreu depois de esperar ambulância por duas horas (Foto: Reprodução EPTV)Eliane Cristina Maciel Martins, de 29 anos, morreu
depois de esperar ambulância por duas horas
(Foto: Reprodução EPTV)
A Prefeitura de Ribeirão Preto, responsável pela regulação do Samu na cidade, informou em nota que a paciente foi atendida pela equipe médica da Unidade Básica Distrital de Saúde (UBDS) Quintino e recebeu tratamento adequado para as condições que apresentava.
A nota informa ainda que uma Comissão de Averiguação da Secretaria da Saúde terá 15 dias para investigar os fatos.
DenúnciaO caso foi denunciado pelo telefonista do setor de regulação do Samu, Gerson Ferreira de Carvalho, que intermediou o diálogo entre o médico responsável pelo serviço e a unidade de saúde municipal onde a vítima recebeu os primeiros socorros. "Ele [o médico regulador] retirou o pedido [de socorro] e orientou a paciente a acionar o São Francisco para o resgate", contou.fonte g1

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