São Paulo enfrenta uma onda de explosões de caixas eletrônicos. Sete soldados e dois sargentos foram presos no início da semana.
“Policiais militares, aqui quem fala é o Coronel Camilo, seu comandante-geral. Lamentavelmente, só essa madrugada, quatro policiais militares foram presos por roubo e furto de caixa eletrônico. Isso prejudica muito a nossa instituição e a todos nós, bons policiais militares. Não tolerem esses bandidos de farda. Não compactuem com a coisa errada. Pensem nos seus filhos, na sua família e ajudem o comando a depurar a instituição. Discando inclusive 181, se necessário. Contem sempre com o comando, um bom trabalho e que deus proteja todos nós”.
A gravação obtida com exclusividade pelo Fantástico é uma iniciativa inédita do comandante-geral da Polícia militar de São Paulo. Essa semana, ele foi repetido várias vezes durante dois dias em todos os carros de polícia que circulam pelo estado.
É uma reação a uma das maiores crises já enfrentadas pela instituição: a atuação de vários policiais militares em quatro quadrilhas que explodem e roubam caixas eletrônicos.
“Eles são verdadeiros bandidos e devem responder pelo que estão fazendo”, afirma o coronel Álvaro Camilo, comandante-geral da Polícia militar de São Paulo.
Sete soldados e dois sargentos foram presos no início da semana. Pelo menos outros 17 militares estão sendo investigados. O Fantástico teve acesso à lista completa e às fichas dos PMs presos. Nenhum deles tem antecedentes ou registros de problemas na polícia.
São os soldados Marcelo Gomes Lar, Emerson Apolinário Teixeira, Adriano Antonio de Novaes, Paulo Victorino de Oliveira, José Rosivaldo Soares da Silva, Fernando Beto Almeida e Vandrei Francisco de Araújo da Silva. E também os sargentos Alexsandro Ignácio e Edvandro de Lima Rodrigues.
“Eu fico indignado, isso é inconcebível. Um policial que se comprometeu quando entrou na polícia, seja como policial ou como praça, de defender o cidadão, de morrer, inclusive, pelo cidadão, está cometendo um crime contra o cidadão”, lamenta o comandante-geral.
Para a polícia, as quatro quadrilhas têm cerca de 100 integrantes e são responsáveis pela maior parte dos roubos de mais de 60 caixas eletrônicos em São Paulo desde o início de abril.
Mesmo depois das prisões, os ataques continuaram. Em Itupeva, na região de Jundiaí, os criminosos invadiram um mercadinho, que teve as paredes rachadas e os vidros quebrados com o impacto da explosão. O caixa eletrônico foi arrancado do chão. Na fuga, os assaltantes abandonaram R$ 3 mil que ficaram manchados de tinta colorida.
Na madrugada de quinta-feira, o ataque aconteceu em Itaquaquecetuba, na grande São Paulo. Foi em uma farmácia, que ficou bastante danificada.
Máquinas instaladas fora das agências bancárias são o principal alvo dessa onda de crimes. Segundo a Federação Brasileira de Bancos, existem 46.500 caixas eletrônicos desse tipo no país.
Com medo, muitos comerciantes têm pedido a retirada. Enquanto isso não acontece, alguns mandam esvaziar e cobrir os caixas, como um açougue na zona sul de São Paulo: “A gente mandou interditar o caixa. A gente ligou realmente para retirar”, conta Gleidson Barbosa, a gerente do açougue no Grajaú, zona sul de São Paulo.
Esse outro comerciante, que prefere não se identificar: “A gente está muito apreensivo, inclusive os funcionários e também os clientes”, afirma o comerciante.
m 2011, além de São Paulo, foram atacados, com explosivos, caixas eletrônicos no Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Minas Gerais, Bahia, Alagoas, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará, Piauí, Maranhão, Pará, Rondônia, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.
E uma ação parecida tem assustado um dos países mais tranquilos da Europa. Desde o dia 4 de maio, ladrões explodiram 13 caixas eletrônicos em Portugal. É o que mostra, de Lisboa, o repórter Pedro Bassan.
Em Portugal, os assaltantes atuam na base do improviso. Em vez de explosivos sofisticados, tudo o que eles usam é um botijão de gás, uma mangueira, dois fios e uma bateria de carro. Em um dos casos, eles provocaram a explosão por volta das 6 da manhã.
“É brutal. Só não caiu o prédio não sei por quê”, conta Rui Oliveira, dono da loja.
Mas, pelo jeito, os assaltantes não sabem muito o que estão fazendo. Em um supermercado, por exemplo, causaram essa imensa destruição e não conseguiram levar nada.
No Brasil, os criminosos usam dinamite. O Exército controla a compra de qualquer tipo de explosivo. Mas os criminosos têm acesso ao produto nas fronteiras com Paraguai, Argentina e Uruguai.
Imagens exclusivas mostram em super câmera lenta o que acontece durante a explosão. “A entrada é forçada, é colocada a dinamite. Quando a porta voou, os bandidos encontram lá dentro uma porta com o dinheiro”, conta Carlo Benedeto, diretor de marketing de uma fabricante de caixa eletrônico.
Para impedir a circulação do dinheiro roubado, as notas são tingidas por um mecanismo que está sendo instalado nos caixas. “Quando a máquina é atacada, essas ampolas de tinta, elas explodem e elas pintam as cédulas que estão dentro dos cassetes, que estão dentro da máquina” explica Carlo Benedeto.
O Banco Central decidiu que o dinheiro tingido não têm mais valor. Quem estiver tiver uma cédula dessas pode ser investigado. Quem sacar uma nota manchada em um caixa eletrônico deve retirar um extrato e procurar o gerente. Se o banco estiver fechado, faça um boletim de ocorrência e depois volte ao banco.
Nas ruas, o que fica dos ataques é uma sensação de medo. “Você entra num estabelecimento, tem um caixa eletrônico, se você vê uma viatura você já fica mais aliviada. Mas se eles próprios estão arrombando os caixas. Aí fica difícil pra gente, você vai confiar em quem?”, observa Marielce Guimarães, técnica de enfermagem.g1
“Policiais militares, aqui quem fala é o Coronel Camilo, seu comandante-geral. Lamentavelmente, só essa madrugada, quatro policiais militares foram presos por roubo e furto de caixa eletrônico. Isso prejudica muito a nossa instituição e a todos nós, bons policiais militares. Não tolerem esses bandidos de farda. Não compactuem com a coisa errada. Pensem nos seus filhos, na sua família e ajudem o comando a depurar a instituição. Discando inclusive 181, se necessário. Contem sempre com o comando, um bom trabalho e que deus proteja todos nós”.
A gravação obtida com exclusividade pelo Fantástico é uma iniciativa inédita do comandante-geral da Polícia militar de São Paulo. Essa semana, ele foi repetido várias vezes durante dois dias em todos os carros de polícia que circulam pelo estado.
É uma reação a uma das maiores crises já enfrentadas pela instituição: a atuação de vários policiais militares em quatro quadrilhas que explodem e roubam caixas eletrônicos.
“Eles são verdadeiros bandidos e devem responder pelo que estão fazendo”, afirma o coronel Álvaro Camilo, comandante-geral da Polícia militar de São Paulo.
Sete soldados e dois sargentos foram presos no início da semana. Pelo menos outros 17 militares estão sendo investigados. O Fantástico teve acesso à lista completa e às fichas dos PMs presos. Nenhum deles tem antecedentes ou registros de problemas na polícia.
São os soldados Marcelo Gomes Lar, Emerson Apolinário Teixeira, Adriano Antonio de Novaes, Paulo Victorino de Oliveira, José Rosivaldo Soares da Silva, Fernando Beto Almeida e Vandrei Francisco de Araújo da Silva. E também os sargentos Alexsandro Ignácio e Edvandro de Lima Rodrigues.
“Eu fico indignado, isso é inconcebível. Um policial que se comprometeu quando entrou na polícia, seja como policial ou como praça, de defender o cidadão, de morrer, inclusive, pelo cidadão, está cometendo um crime contra o cidadão”, lamenta o comandante-geral.
Para a polícia, as quatro quadrilhas têm cerca de 100 integrantes e são responsáveis pela maior parte dos roubos de mais de 60 caixas eletrônicos em São Paulo desde o início de abril.
Mesmo depois das prisões, os ataques continuaram. Em Itupeva, na região de Jundiaí, os criminosos invadiram um mercadinho, que teve as paredes rachadas e os vidros quebrados com o impacto da explosão. O caixa eletrônico foi arrancado do chão. Na fuga, os assaltantes abandonaram R$ 3 mil que ficaram manchados de tinta colorida.
Na madrugada de quinta-feira, o ataque aconteceu em Itaquaquecetuba, na grande São Paulo. Foi em uma farmácia, que ficou bastante danificada.
Máquinas instaladas fora das agências bancárias são o principal alvo dessa onda de crimes. Segundo a Federação Brasileira de Bancos, existem 46.500 caixas eletrônicos desse tipo no país.
Com medo, muitos comerciantes têm pedido a retirada. Enquanto isso não acontece, alguns mandam esvaziar e cobrir os caixas, como um açougue na zona sul de São Paulo: “A gente mandou interditar o caixa. A gente ligou realmente para retirar”, conta Gleidson Barbosa, a gerente do açougue no Grajaú, zona sul de São Paulo.
Esse outro comerciante, que prefere não se identificar: “A gente está muito apreensivo, inclusive os funcionários e também os clientes”, afirma o comerciante.
m 2011, além de São Paulo, foram atacados, com explosivos, caixas eletrônicos no Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Minas Gerais, Bahia, Alagoas, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará, Piauí, Maranhão, Pará, Rondônia, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.
E uma ação parecida tem assustado um dos países mais tranquilos da Europa. Desde o dia 4 de maio, ladrões explodiram 13 caixas eletrônicos em Portugal. É o que mostra, de Lisboa, o repórter Pedro Bassan.
Em Portugal, os assaltantes atuam na base do improviso. Em vez de explosivos sofisticados, tudo o que eles usam é um botijão de gás, uma mangueira, dois fios e uma bateria de carro. Em um dos casos, eles provocaram a explosão por volta das 6 da manhã.
“É brutal. Só não caiu o prédio não sei por quê”, conta Rui Oliveira, dono da loja.
Mas, pelo jeito, os assaltantes não sabem muito o que estão fazendo. Em um supermercado, por exemplo, causaram essa imensa destruição e não conseguiram levar nada.
No Brasil, os criminosos usam dinamite. O Exército controla a compra de qualquer tipo de explosivo. Mas os criminosos têm acesso ao produto nas fronteiras com Paraguai, Argentina e Uruguai.
Imagens exclusivas mostram em super câmera lenta o que acontece durante a explosão. “A entrada é forçada, é colocada a dinamite. Quando a porta voou, os bandidos encontram lá dentro uma porta com o dinheiro”, conta Carlo Benedeto, diretor de marketing de uma fabricante de caixa eletrônico.
Para impedir a circulação do dinheiro roubado, as notas são tingidas por um mecanismo que está sendo instalado nos caixas. “Quando a máquina é atacada, essas ampolas de tinta, elas explodem e elas pintam as cédulas que estão dentro dos cassetes, que estão dentro da máquina” explica Carlo Benedeto.
O Banco Central decidiu que o dinheiro tingido não têm mais valor. Quem estiver tiver uma cédula dessas pode ser investigado. Quem sacar uma nota manchada em um caixa eletrônico deve retirar um extrato e procurar o gerente. Se o banco estiver fechado, faça um boletim de ocorrência e depois volte ao banco.
Nas ruas, o que fica dos ataques é uma sensação de medo. “Você entra num estabelecimento, tem um caixa eletrônico, se você vê uma viatura você já fica mais aliviada. Mas se eles próprios estão arrombando os caixas. Aí fica difícil pra gente, você vai confiar em quem?”, observa Marielce Guimarães, técnica de enfermagem.g1
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