22 de janeiro de 2012

Grupo libera Via Dutra após ato contra despejo em São José dos Campos

Protesto causou lentidão do km 133 ao km 162 neste domingo.
Desde o início da manhã, 15 pessoas foram detidas durante a operação.


Mulheres choram na região do Pinheirinho (Foto: Roosevelt Cassio/Reuters)Mulheres choram na região do Pinheirinho (Foto: Roosevelt Cassio/Reuters)
Manifestantes liberaram por volta das 15h deste domingo (22) a pista sentido Rio da Via Dutra, em São José dos Campos, no Vale do Paraíba, interior de São Paulo. O grupo havia bloqueado por mais de 30 minutos a estrada em protesto contra reintegração de posse que ocorre desde a manhã em área ocupada conhecida como Pinheirinho. Segundo a PM, até as 14h30 havia 15 detidos, um ferido e carros queimados.
De acordo com a NovaDutra, concessionária que administra a rodovia, o protesto causou lentidão do km 133 ao km 162, em São José dos Campos e em Jacareí. Às 15h15, o congestionamento na região era de apenas 2 km –entre os km 157 e 159- e ocorria devido a um veículo quebrado que ocupava uma das faixas.
Desde o início da reintegração, nesta manhã, até as 14h30, 15 pessoas foram detidas. Segundo a PM, todos os presos eram moradores ou ativistas ligados a movimentos contrários à desocupação. Eles tentavam impedir o avanço das tropas da PM com barricadas nas principais vias de acesso da área. Os presos foram levados ao 3º Distrito Policial de São José dos Campos.
“Os presos dificultavam a nossa entrada ao local a ser desapropriado. Nós solicitamos a eles que deixassem os locais, mas eles se negaram e resistiram”, disse o coronel da PM Manoel Messias Mello, responsável pela operação.
Pista sentido Rio da Via Dutra com lentidão (Foto: Mario Ângelo/Sigmapress/AE)Pista sentido Rio da Via Dutra com lentidão
(Foto: Mario Ângelo/Sigmapress/AE)
Segundo o oficial, tirando esse foco inicial de resistência, a operação seguia sem ocorrências de violência envolvendo a PM e os moradores do Pinheirinho. “Tivemos, sim, alguns carros queimados e utilizados como obstáculo para o avanço das tropas. Mas não houve episódios de resistência depois desse já informado”, diz. Entre os carros queimados está uma unidade móvel de jornalismo da TV Vanguarda, afiliada da TV Globo no Vale do Paraíba. Ninguém ficou ferido.
Às 14h, a polícia já havia tomado o controle de todas as vias de acesso à área do Pinheirinho. Nas ruas e avenidas do entorno, no entanto, carros de som dos movimentos de repúdio à desocupação diziam palavras de ordem como “fora polícia” e questionava as autoridades sobre “o que fazer com os desabrigados de Pinheiro?”. Esse movimento aglomerava pessoas – moradores do Pinheirinho e vizinhos – que, de tempos em tempos, eram dispersados pela Tropa de Choque por meio de balas de borracha e bombas de efeito moral.
Segundo a PM, 2 mil homens integram o efetivo da polícia. Eles foram recrutados das cidades vizinhas e de São Paulo. Cerca de 150 veículos, um carro blindado e dois helicópteros Águia, da PM, participavam da operação.
Unidade móvel da TV Vanguarda foi queimada durante reintegração (Foto: Mario Ângelo/Sigmapress/AE)Unidade móvel da TV Vanguarda foi queimada durante reintegração (Foto: Mario Ângelo/Sigmapress/AE)
Conflito entre juízes
Uma oficial de Justiça foi até a ocupação, por volta das 11h, entregar uma decisão do juiz federal de plantão Samuel de Castro Barbosa Melo, que suspende a ação. A ordem era direcionada aos comandos da Polícia Militar, da Polícia Civil e da Guarda Municipal. Segundo a oficial, quem recebeu o documento foi o juiz estadual Rodrigo Capez, que acompanha a reintegração. Ainda de acordo com a oficial de Justiça, Capez disse que há um "conflito de competências" e que não vai acatar a ordem da Justiça Federal. Ele manteve a desocupação do assentamento.
Ferido e socorridos
De acordo com a Prefeitura de São José, um homem foi baleado em confronto com a Guarda Civil no momento em que tentava invadir um ginásio poliesportivo no Campo dos Alemães. Ele passou por cirurgia no Hospital Municipal e seu quadro era considerado estável. O centro é onde tendas foram montadas para que o moradores sejam encaminhados ao sair das casas.
Ainda de acordo com a Secretaria de Saúde, duas pessoas foram atendidas em estado de choque na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Campo dos Alemães. Elas estavam nervosas, mas sem ferimentos.
Invasão
O terreno de mais de 1 milhão de metros quadrados foi invadido há 8 anos e pertence à massa falida de uma empresa do especulador Naji Nahas. No local vivem cerca de 1.600 famílias, cerca de 5.500 pessoas, segundo o censo da Prefeitura. Com o tempo, o Pinheirinho se tornou um bairro, com comércios e igrejas.
Desde o início da reintegração, nesta manhã, até as 14h30, 15 pessoas foram detidas. Segundo a PM, todos os presos eram moradores ou ativistas ligados a movimentos contrários à desocupação. Eles tentavam impedir o avanço das tropas da PM com barricadas nas principais vias de acesso da área. Os presos foram levados ao 3º Distrito Policial de São José dos Campos.
“Os presos dificultavam a nossa entrada ao local a ser desapropriado. Nós solicitamos a eles que deixassem os locais, mas eles se negaram e resistiram”, disse o coronel da PM Manoel Messias Mello, responsável pela operação.
Pista sentido Rio da Via Dutra com lentidão (Foto: Mario Ângelo/Sigmapress/AE)Pista sentido Rio da Via Dutra com lentidão
(Foto: Mario Ângelo/Sigmapress/AE)
Segundo o oficial, tirando esse foco inicial de resistência, a operação seguia sem ocorrências de violência envolvendo a PM e os moradores do Pinheirinho. “Tivemos, sim, alguns carros queimados e utilizados como obstáculo para o avanço das tropas. Mas não houve episódios de resistência depois desse já informado”, diz. Entre os carros queimados está uma unidade móvel de jornalismo da TV Vanguarda, afiliada da TV Globo no Vale do Paraíba. Ninguém ficou ferido.
Às 14h, a polícia já havia tomado o controle de todas as vias de acesso à área do Pinheirinho. Nas ruas e avenidas do entorno, no entanto, carros de som dos movimentos de repúdio à desocupação diziam palavras de ordem como “fora polícia” e questionava as autoridades sobre “o que fazer com os desabrigados de Pinheiro?”. Esse movimento aglomerava pessoas – moradores do Pinheirinho e vizinhos – que, de tempos em tempos, eram dispersados pela Tropa de Choque por meio de balas de borracha e bombas de efeito moral.
Segundo a PM, 2 mil homens integram o efetivo da polícia. Eles foram recrutados das cidades vizinhas e de São Paulo. Cerca de 150 veículos, um carro blindado e dois helicópteros Águia, da PM, participavam da operação.
Unidade móvel da TV Vanguarda foi queimada durante reintegração (Foto: Mario Ângelo/Sigmapress/AE)Unidade móvel da TV Vanguarda foi queimada durante reintegração (Foto: Mario Ângelo/Sigmapress/AE)
Conflito entre juízes
Uma oficial de Justiça foi até a ocupação, por volta das 11h, entregar uma decisão do juiz federal de plantão Samuel de Castro Barbosa Melo, que suspende a ação. A ordem era direcionada aos comandos da Polícia Militar, da Polícia Civil e da Guarda Municipal. Segundo a oficial, quem recebeu o documento foi o juiz estadual Rodrigo Capez, que acompanha a reintegração. Ainda de acordo com a oficial de Justiça, Capez disse que há um "conflito de competências" e que não vai acatar a ordem da Justiça Federal. Ele manteve a desocupação do assentamento.
Ferido e socorridos
De acordo com a Prefeitura de São José, um homem foi baleado em confronto com a Guarda Civil no momento em que tentava invadir um ginásio poliesportivo no Campo dos Alemães. Ele passou por cirurgia no Hospital Municipal e seu quadro era considerado estável. O centro é onde tendas foram montadas para que o moradores sejam encaminhados ao sair das casas.
Ainda de acordo com a Secretaria de Saúde, duas pessoas foram atendidas em estado de choque na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Campo dos Alemães. Elas estavam nervosas, mas sem ferimentos.
Invasão
O terreno de mais de 1 milhão de metros quadrados foi invadido há 8 anos e pertence à massa falida de uma empresa do especulador Naji Nahas. No local vivem cerca de 1.600 famílias, cerca de 5.500 pessoas, segundo o censo da Prefeitura. Com o tempo, o Pinheirinho se tornou um bairro, com comércios e igrejas.fonte g1

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