30 de janeiro de 2012

Pedestres se emocionam ao passar por área de desabamento no Rio

Em meio à correria e ao burburinho do Centro do Rio, é possível perceber o silêncio e o pesar no rosto das pessoas que passam pela Avenida Treze de Maio na manhã desta segunda-feira (30). A via, que foi liberada nesta manhã a pedestres, estava fechada desde 25 de janeiro após o desabamento de três prédios. De acordo com o último balanço, 17 corpos foram encontrados nos escombros, sendo que 13 foram identificados. Outras cinco pessoas permanecem desaparecidas. A empregada doméstica Lourdes Silva Oliveira, de 56 anos, foi até a Avenida Treze de Maio rezar por Fábio, amigo de sua filha. Segundo ela, Fábio estava no prédio e não conseguiu escapar do desabamento. “Eu olho e não acredito no que aconteceu. Minha filha está arrasada, não conseguiu ir ao enterro dele. É muito triste imaginar que alguém pode morrer assim”, disse, emocionada . Lourdes mora em Bangu, na Zona Oeste do Rio, e trabalha em Copacabana, na Zona Sul. “Saltei do ônibus no meio do caminho, precisava vir até aqui. O Fábio era alpinista, dormia na minha casa sempre e acordava cedinho para fazer trilhas. Minha filha acompanhava ele nesses programas”, lamentou.Camila Barcelos, de 21 anos, e Ronald da Silva, de 19, também estiveram no local da tragédia e registraram com fotos o que restou dos prédios que desabaram. “Trabalhamos aqui perto e hoje viemos olhar o que sobrou. É difícil, porque é uma coisa inacreditável, e as pessoas estavam ali estudando, trabalhando. Podia acontecer com qualquer um”, disse Camila.A segunda-feira será de muito trabalho para Sílvio Santos Fausto e sua equipe. Fausto é gerente de uma lanchonete localizada em frente ao local do desabamento. O estabelecimento foi invadido por poeira. O gerente viu o edifício desabar e conta que correu para o estoque quando aconteceu o acidente.

'Castelo de areia'
“Eu ouvi um barulho, como se fosse uma explosão. Vi um ar-condicionado caindo e, de repente, o prédio desabou, como se fosse um castelo de areia. Tinha uns seis clientes na lanchonete e todos corremos para dentro, para o estoque. Foi horrível, muito pânico”, relembrou.
Fausto ficou na lanchonete até as 22h daquela quarta-feira (25), quando foi retirado do local pelos bombeiros. Segundo ele, a previsão é que os 60 funcionários passem o dia limpando a lanchonete para que ela volte a fucionar na terça-feira (31).
TrânsitoO trânsito no Centro do Rio começou a voltar ao normal nesta segunda-feira. Segundo o Centro de Operações da Prefeitura do Rio, a Avenida Treze de Maio foi liberada aos pedestres após a instalação de tapumes que cercam os escombros que ainda são retirados.
Já a Avenida Almirante Barroso foi totalmente liberada ao tráfego de veículos às 5h20, segundo a prefeitura. A via estava interditada desde a noite de quarta, entre a Avenida Rio Branco e a Rua Senador Dantas, para facilitar o trabalho das equipes nas buscas e retirada de escombros na Avenida Treze de Maio.
A Rua Senador Dantas também voltou à mão de origem, da Evaristo da Veiga à Avenida Chile.  Permanecem interditados, preventivamente, pela Defesa Civil o prédio de número 6 da Avenida Almirante Barroso e o anexo do Theatro Municipal.
Espaço para homenagens
Na noite de domingo (29),o comandante da Guarda Municipal, Henrique de Lima Castro, disse que vai criar um espaço na Avenida Treze de Maio, cercado com grades, em frente ao local dos desabamentos de três prédios, para quem quiser prestar homenagens às vítimas.
“Eu determinei que seja feito um espaço para as pessoas que queiram homenagear as vítimas do desabamento. Assim, elas não vão atrapalhar o fluxo de pedestres, que, amanhã deve ser muito grande, como é normalmente aqui no Centro da cidade”, explicou Lima Castro no domingo.

Identificados
Segundo a Polícia Civil, treze vítimas haviam sido identificadas até a tarde deste domingo:
Moisés de Araújo Costa, 57 anos, Elenice Maria Consani Quedas, de 64 anos, Alessandra Alves Lima, de 29 anos, Celso Renato Braga Cabral, de 46 anos, Margarida Vieira de Carvalho, de 65, Nilson de Assunção Ferreira, de 50 anos, Cornélio Ribeiro Lopes, de 73, Kelly da Costa Meneses, de 24 anos, Flavio Porrozzi Soares, de 34 anos, Amaro Tavares da Silva, de 40 anos, Gustavo da Costa Cunha, Luiz Leandro de Vasconcellos e Margarida de Carvalho (Segundo a polícia, não tem relação com a mulher do zelador do edifício Liberdade que também morreu no desabamento e tem o mesmo nome). (fonte g1)

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