7 de março de 2011

Londrina: PMs acusados de matar jogador devem ir a Júri

Arquivo Folha
Protesto da família do jovem no Calçadão de Londrina, em 2005
A juíza do Tribunal do Júri de Londrina, Elizabeth Kather, pronunciou os policiais militares de Londrina Edney Ronaldo Gomes e Rangel Barbosa da Cunha pela morte de Rafael Bezerra da Silva, aos 20 anos, no final de 2004. O jovem era filho do ex-jogador de futebol do Londrina Esporte Clube, José Carlos da Silva, o Zequinha.

A pronúncia significa que eles praticaram homicídio doloso (com a intenção de matar) e serão julgados por Júri Popular.

Raphael foi baleado com 14 tiros na noite de 16 de novembro de 2004 e morreu 41 dias depois, período em que ficou internado em unidade de terapia intensiva.

A juíza Elizabeth Kather acolheu a denúncia do Ministério Público entendendo que os dois policiais militar, que à época trabalhavam na Rone, cometeram homicídio duplamente qualificado por meio insidioso ou cruel e mediante recurso que torne impossível a defesa da vítima.

Homicídio qualificado é considerado crime hediondo, conforme anotou a juíza em sua decisão.

Outro policial suspeito de envolvimento no crime, Sergio Fontanetti, foi absolvido sumariamente porque a juíza entendeu que ficou provado que não houve participação dele.

A promotora do Tribunal do Júri, Luciana Marcos Rabello Zuan Esteves, deve recorrer ao Tribunal de Justiça para incluir Fontaneli como autor de fraude processual.

Segundo o Movimento Londrinense contra a Repressão, a operação da Rone que terminou com a morte de Rafael buscava um pneu e macaco roubados com os quais a vítima não tinha relação.

A fraude teria ocorrido ainda no hospital, quando os projéteis retirados do corpo da vítima teriam desaparecidos.

O pai de Rafael, José Carlos da Silva, o Zequinha, disse à Rádio Paiquerê AM que a decisão da juíza é uma vitória e espera agora o julgamento pelo tribunal do júri. "Tenho sofrido muito nesses 8 anos e dois meses, mas tenho lutado não por vingança, mas para que meu filho tenha justiça assim como outras vítimas da violência policial", declarou.

Rafael atuava como jogador semi-profissional no clube Sport Lisboa, em Portugal. Na ocasião do assassinato, passava as férias com a família, no Brasil.

O capitão Ricardo Eguedes, porta-voz do 5º Batalhão da Polícia Militar, disse que os dois policiais continuam trabalhando. Os processos internos contra os dois foram arquivados. (As informações são da Rádio Paiquerê AM)(fonte bonde)

Nenhum comentário:

Postar um comentário