1 de fevereiro de 2012

Confronto entre torcedores deixa pelo menos 74 mortos no Egito

Pelo menos 74 pessoas morreram e 188 ficaram feridas no confronto entre as torcidas de duas equipes de futebol em Port Said (nordeste do Egito), nesta quarta-feira (1°). A confusão aconteceu após uma partida entre as equipes do Al-Masry (time local) e do Al-Ahly (do Cairo).
O delegado de Saúde da cidade, Helmy Ali al-Atny, explicou que a maioria das vítimas sofreu fraturas no rosto e hemorragias internas. Além disso, um grande número de feridos foi internado por quedas das arquibancadas do estádio.
Fontes da Polícia egípcia disseram à Agência de Notícias Efe que a situação agora está sob controle da polícia e do exército.
O chefe da Junta Militar egípcia, Mohammed Hussein Tantawi, enviou dois helicópteros militares a Port Said para levar ao Cairo a equipe e torcedores do Al-Ahly devido ao risco de mais agressões contra o time visitante - o envio dos helicópteros responde a um pedido expresso do clube do Cairo, segundo fontes próximas ao time.
O exército já começou a retirar os torcedores do Al-Ahly em ônibus protegidos por veículos blindados das Forças Armadas.
No entanto, segundo a agência de notícias "Mena", os estabelecimentos comerciais fecharam as portas em Port Said após vários atos de vandalismo. Já os serviços de saúde começaram a pedir doações de sangue entre os moradores da cidade.
O presidente da Assembleia do Povo (câmara baixa do Parlamento egípcio), Saad al-Katani, convocou uma sessão de emergência para esta quinta-feira para debater os incidentes de Port Said. Segundo a televisão estatal egípcia, a Procuradoria abriu uma investigação dos distúrbios.
A repercussão dos enfrentamentos chegou imediatamente a outros estádios do Egito, como aconteceu no jogo entre Zamalek e Ismaily, suspenso no final do primeiro tempo pelo árbitro, quando torcedores atearam fogo nas cadeiras.
A torcida do Al-Ahly, mais conhecida como "Diabos Vermelhos", tem fama de ser muito radical. Já protagonizou vários confrontos com a polícia durante os protestos políticos na praça Tahrir, no centro do Cairo, em meio aos protestos de janeiro e fevereiro do ano passado, que derrubaram o presidente Hosni Mubarak.
No entanto, segundo testemunhas disseram à Efe, foram os torcedores do Al-Masry que provocaram o confronto, pois teriam invadido o campo após cada gol da equipe local (que venceu por 3 a 1) e também após o fim da partida.
Empolgados pela vitória sobre o atual campeão nacional, que estava invicto na competição, torcedores do Al-Masry invadiram o campo e perseguiram os jogadores da equipe visitante. A torcida do Al-Ahly também invadiu o gramado, dando início ao confronto.
Em entrevista à televisão egípcia, o jogador Mohamed Abou-Treika, do Al Masry, disse que os policiais nada fizeram para proteger os jogadores da invasão. "Nos abandonaram, não nos protegeram", disse o atleta.
Outro jogador, Mohamed Barakat, relatou, também à TV do Egito, o cenário de guerra no estádio. "Estamos vendo cadáveres. Não há policiais, o pessoal do Exército para nos proteger", disse ainda dentro do gramado.(fonte gazeta maringa)

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