1 de julho de 2011

Na TV, Chávez diz que retirou tumor cancerígeno em cirurgia em Cuba

É a primeira vez que o presidente fala após operação em Cuba.
Analistas dizem que ausência pode estimular crise política.

O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, declarou na TV nesta quinta-feira (30) que um tumor cancerígeno foi retirado em uma cirurgia que realizou em Cuba.
É a primeira vez que o líder venezuelano discursa após a operação em Havana em 10 de junho.
"Os estudos confirmaram a existência de um tumor com a presença de células cancerosas", explicou o presidente em um emocionado discurso, no qual manifestou sua esperança na plena recuperação.
Chávez, de 56 anos, revelou que foi submetido a duas intervenções: uma devido a um abscesso pélvico, da qual o povo venezuelano foi informado, e outra posterior, para retirar o tumor, ao que parece também situado na mesma região.
"Foi uma intervenção maior, realizada sem complicações, após a qual estou evoluindo satisfatoriamente enquanto recebo os tratamentos complementares para combater os diferentes tipos de células encontrados e prosseguir no caminho de minha plena recuperação", explicou Chávez, admitindo que cometeu um "erro fundamental" ao descuidar da saúde durante anos.
O presidente, que geralmente fala de improviso, se limitou a ler um discurso de menos de 15 minutos, previamente gravado, com uma imagem de Simón Bolívar de um lado e a bandeira venezuelana do outro.
Temor de crise política
A saúde de Chávez foi motivo de especulações na Venezuela. Até esta quinta, os governistas afirmavam apenas que o presidente se recuperava bem da retirada de um abcesso pélvico. Mas os oposicionistas já sinalizavam que Chávez tinha câncer.
Em uma tentativa de afastar os rumores, o governo divulgou um vídeo nesta quarta em que Chávez aparecia conversando animadamente com o ex-presidente cubano Fidel Castro. Horas mais tarde, no entanto, Caracas cancelou uma cúpula regional nos dias 5 e 6 de julho, que coincidiria com o bicentenário da independência venezuelana.

Analistas dizem que sua prolongada ausência alimenta tensões dentro de diferentes facções do seu Partido Socialista, mas não está claro se os adversários do chavismo serão capazes de se aproveitar da situação.
'A incerteza está agora se intensificando na Venezuela', disse Diego Moya-Ocampos, analista venezuelano da IHS Global Insight. 'Uma prolongada ausência de Chávez pode estimular uma provável crise política sem precedentes.'

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