Polícia
Civil
Policiais civis do Núcleo de Repressão aos Crimes
contra a Saúde (Nucrisa) fecharam, na manhã desta terça-feira (3), um banco de
ossos humanos clandestino que funcionava numa casa no Jardim Cláudia, em
Londrina. Dois irmãos, responsáveis pela coleta e distribuição dos ossos,
principalmente a parte do fêmur conhecida como cabeça, foram presos em casa, em
bairros nobres da cidade. Na casa de Kléber Barroso Cavalca, 42 anos, na Gleba
Palhano, foram encontradas quatro cabeças de fêmur armazenadas de maneira
irregular e sem origem comprovada. Com seu irmão, Carlo Keith Barroso Cavalca,
37 anos, não foram encontrados ossos, mas assim como contra Kléber, já havia
contra ele um mandado de prisão preventiva expedido pela Justiça.
A operação do Nucrisa teve o apoio da Agência
Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e das vigilâncias sanitárias Estadual
e Municipal. Ao todo, entre o material encontrado na casa no Jardim Cláudia e no
apartamento de Kléber, foram recolhidos 16 cabeças de fêmur in natura, 89
frascos com pedaços de osso em bloco, 46 frascos com pedaços particulados (osso
moído em liquidificador com soro fisiológico), outras sete embalagens diferentes
também com ossos particulados e uma embalagem com fragmentos de ossos do
quadril. “A quantidade de vítimas é incalculável”, disse a delegada titular do
Nucrisa, Samia Coser.
A delegada explicou que não se sabe como o material
foi retirado do doador, nem como foi feito o transporte ou como é o
armazenamento. Ou seja, não foram cumpridas as normas técnicas que garantem a
procedência do material. No Brasil existem atualmente seis bancos de ossos
legalizados. “Na casa do Kléber, por exemplo, encontramos cabeças de fêmur
armazenadas num freezer na cozinha dele. Para o armazenamento correto o local
deve ter no mínimo dois equipamentos para resfriamento, um com temperaturas que
atinjam até menos20 graus Celsius e outro que vá até menos 80 graus”, contou a
delegada. Ela lembrou que os pequenos frascos com ossos eram vendidos por preços
entre R$ 180 e R$ 250 Samia explicou que os irmãos responderão por
tráfico de órgãos e tecidos, artigo 15 da Lei de Transplantes. “Eles vendiam
direto para os dentistas e também para um intermediário. O material era levado
para Chapecó-SC, Belém-PA, Belo Horizonte-MG e para os estados de Goiás e Mato
Grosso”, contou a delegada, destacando que os irmãos já chegaram ser flagrados
enviando embalagens suspeitas pelos correios.
Riscos
Para o gerente da Vigilância Sanitária de Londrina,
Rogério Lampe, o que os dois faziam vai além de uma infração sanitária e é sim é
um crime contra a saúde pública. “Esse material geralmente é utilizado para
enxertos odontológicos. É um procedimento normal, podendo ser retirado parte do
próprio fêmur da pessoa ou de um doador legal. Quando os ossos vêm de
procedência duvidosa, como é este caso, as pessoas correm o risco de contrair
doenças como Hepatite e Aids”, explicou.fontw banda b
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