Réu diz que suas armas não eram usadas e tinham até 'casa de aranha'.
Promotoria não realizou perguntas ao policial reformado.
O advogado e policial reformado Mizael Bispo de Souza afirmou nesta quarta-feira (13) que não matou Mércia Nakashima. "Eu não matei ninguém", disse. "Não devo nada, não temerei", completou. Ele falou por quase duas horas no terceiro dia de seu julgamento, iniciado na segunda-feira (11).
Mizael responde por homicídio triplamente qualificado (motivo torpe, meio cruel e recurso que impossibilitou a defesa da vítima). De acordo com a denúncia, Mizael matou a ex-namorada, então com 28 anos, porque ela não queria reatar o relacionamento. O crime aconteceu em Nazaré Paulista, no interior de São Paulo, onde o corpo de Mércia foi encontrado em uma represa. Seu julgamento será retomado às 9h desta quinta-feira (14) com os debates e a decisão dos jurados.
Questões do júriO advogado Ivon Ribeiro, um dos três defensores de Mizael, considerou positiva as dezenas perguntas as dezenas de perguntas feitas pelos jurados ao réu. “As perguntas foram supridas todas”, disse. “Não deixaram margem para dúvida”, acrescentou. Questionado sobre como o seu cliente está, ele afirmou que Mizael está tranquilo, mas pediu para que ele orasse para o dia difícil que será esta quinta-feira, quando está prevista para sair a sentença.
O promotor Rodrigo Merli, por sua vez, também considerou positiva a quantidade de perguntas, o que demonstra um conselho de sentença comprometido. O representante do Ministério Público disse que optou por não questionar o réu “por estratégia” e disse que a defesa “não soube conduzir o interrogatório”. “Não abordou questões técnicas objetivas. Nossa prova maior está na perícia e nas antenas de celular. Se todos bem perceberam, nada sobre esse assunto foi dito ou justificado pelo senhor Mizael”, afirmou.
Merli acrescentou que na quinta-feira, durante os debates entre acusação e defesa, irá derrubar a imagem de bom-moço que, segundo ele, Mizael tentou passar no interrogatório. “Amanhã vamos demonstrar que o cidadão que está sendo julgado não é o Mizael dessa semana, de março de 2013, mas o Mizael de 23 maio de 2010.”
Interrogatório do réu
Mizael começou a depor às 17h18. A acusação afirmou que não faria perguntas ao réu em razão de ele já ter apresentado diferentes versões sobre o caso e que as provas são claras. Ele falou então à defesa e respondeu perguntas dos jurados. A mãe de Mércia, Janete Nakashima, chegou a balançar a cabeça negativamente em diversas oportunidades.
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