Jovem diz que foi baleada por Adriano; ele nega.

Segundo Adriano, ele sabia que a arma estava no console do carro, entre o banco do carona e do motorista, um policial militar amigo dele. O jogador afirma que não viu quando a arma foi retirada do local. Adriano disse que ouviu o disparo, se assustou e olhou para o banco de trás do carro, mas não percebeu que alguém estava ferido.
Somente quando Adriene disse que seu dedo estava sangrando, Adriano diz que viu a arma em sua mão. Foi quando, segundo ele, tocou na arma pela primeira vez naquela noite. Adriano diz que então pediou ajuda a um amigo do policial que os seguia em outro carro, para levar Adriene a um hospital. O jogador disse também, no depoimento, que insistiu para que uma amiga a acompanhasse até o hospital.
Adriano contou ainda que pediu à mesma pessoa que levou Adriene ao hospital que apresentasse seu carro (de Adriano) à delegacia para perícia.
Sem caráter e má fé
Segundo o advogado do atleta, Ivan Santiago, o depoimento foi bom e Adriano confirmou tudo o que havia dito anteriormente.
Ao chegar à delegacia, Adriano afirmou que a jovem baleada dentro do seu carro "não tem caráter e agiu de má-fé" ao acusá-lo de ter disparado a arma dentro do carro dele. Ele voltou a afirmar que estava no banco da frente do veículo e nega ter efetuado o disparo.
Segundo Adriano, quando viu que a jovem estava ferida, pediu para o amigo que dirigia o veículo parar. Nesse momento, ele contou que tirou a jovem de dentro do carro, tirou a camisa para cobrir o ferimento da vítima e pediu que o amigo levasse a jovem para o hospital.
O jogador contou ainda que foi ao hospital onde a jovem está internada para fazer o exame de resíduo de pólvora e não chegou a visitá-la nem pagou o hospital. "Não vejo necessidade de arcar com as custas", afirmou Adriano, sobre a acusação da jovem contra ele.

(Foto: Alba Valéria Mendonça/G1)
"Não sei por que ela está fazendo isso contra mim. Mas quando acontece alguma coisa com o Adriano a repercussão é sempre muito grande", afirmou o jogador durante entrevista concedida à imprensa ao chegar à delegacia. "Estou tranquilo, todo mundo sabe que não gosto de dar entrevistas, mas concordei em falar com vocês (imprensa) porque tenho família, estou preocupado e estou preocupado também com a minha imagem. Os exames (de resíduo de pólvora) vão comprovar o que realmente aconteceu", completou Adriano, ao chegar por volta das 18h à 16ª DP (Barra da Tijuca) para prestar depoimento.
Ainda segundo o atleta, a arma estava entre o banco e o console do carro, mas ele não viu quem pegou a arma, só ouviu o disparo e teve um instinto de se abaixar porque "foi um estrondo muito grande dentro do carro".
'Mentira é péssimo negócio', diz delegadoDe acordo com o delegado Fernando Reis, o nome da estudante baleada consta como vítima em três processos - um de lesão corporal, outro de ameaça e um de saidinha de banco. "As investigações ainda estão no início, vamos aguardar ela operar para ver se conseguimos marcar uma acareação na quarta-feira (28). Mas se ela estiver mentindo que fique consciente de que se trata de um crime muito grave, que é chamado de denunciação caluniosa, que dá de dois a oito anos de prisão", afirmou Reis.
Mais cedo, o delegado afirmou que Adriano poderá responder por até dois crimes caso tenha mentido no depoimento dado no sábado (24) e volte a mentir nesta segunda. Para o delegado, a “mentira é um péssimo negócio para ele”.
No primeiro depoimento, o delegado Carlos César, que estava excepcionalmente atuando na 16ª DP, disse que Adriano contou que foi a própria vítima que efetuou, acidentalmente, o disparo.
De acordo com Reis, se o jogador mentir, ele responderá por fraude processual e lesão corporal culposa. Já as testemunhas responderão por falso testemunho. “Ele sai de uma zona de conforto e faz uma aposta complicada, caso esteja mentindo”, afirmou.
O delegado também afirmou que este tipo de caso requer “um extremo cuidado” porque Adriano é uma pessoa que já se envolveu em polêmicas “dessa ordem”.
Para Reis, uma avaliação equivocada pode comprometer a investigação.
Entenda o caso
Adriano e a vítima já fizeram um exame para detectar a presença de pólvora nas mãos. "Eu só ouvi o barulho. Eu estava dirigindo o veículo. Eu não vi nada. Só o barulho. A arma estava debaixo do banco e era minha", contou o PM reformado Júlio César Barros, amigo de Adriano que dirigia o veículo.

Adriano (Foto: Marcos de Paula/Agencia Estado)
No domingo (25), o delegado afirmou que, de acordo com os primeiros dados da perícia, o tiro que atingiu a mão da estudante partiu do banco de trás. De acordo com Reis, o laudo conclusivo da perícia do Instituto de Criminalística Carlos Éboli só deve ficar pronto entre 20 e 30 dias.
A vítima, de 20 anos, contou à polícia que o jogador disparou acidentalmente, ao manusear a arma do PM reformado. No entanto, além do jogador, outros dois ocupantes do carro afirmam que foi a própria vítima que fez o disparo.
Das seis pessoas ouvidas pela polícia, a estudante é a única que diz que o jogador estava no banco de trás do carro. Em depoimento, Adriano contou que estava no banco do carona dianteiro de seu carro, que era dirigido pelo amigo policial. O PM confessou à polícia que a arma era de sua propriedade. A Polícia Civil adiantou que o policial vai responder a um processo adminsitrativo por negligência ou omissão na guarda de arma de fogo.
Acareação
Para o delegado é “indispensável” uma acareação entre a vítima e os outros ocupantes do carro, incluindo o jogador. A expectativa da polícia é ouvir a jovem, assim que ela receber alta do Hospital Barra D´Or, onde está internada, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste. A polícia também pretende fazer uma reconstituição do caso.
De acordo com o hospital, a previsão dos médicos é que a estudante seja submetida na terça-feira (27) a uma cirurgia de reconstrução da mão esquerda. A equipe de ortopedia responsável pelo caso avalia que é possível que a vítima não tenha sequelas na movimentação da mão, pois o tiro atingiu apenas o osso, não afetando artérias, nem o tendão. O estado de saúde da jovem é considerado bom.fonte g1
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