O adolescente de 15 anos que foi torturado e preso nu pelo pescoço em um poste do Aterro do Flamengo, na zona sul do Rio, tem medo de sair do abrigo onde vive provisoriamente. Ele relatou à polícia que 30 motoqueiros, todos jovens, brancos, bem vestidos e fortes, o espancaram, fazendo surgir histórias de que um grupo de "justiceiros" estaria policiando por conta própria as ruas do bairro. Nenhum deles foi reconhecido pelo garoto. As informações são do jornal Folha de S.Paulo.
O jovem passou a viver nas ruas após ser expulso de casa por por um grupo de milicianos que controla a região onde ele vivia, na zona oeste do Rio, suspeito de ter furtado a furadeira de um vizinho, segundo a Folha de S.Paulo. Deixou para trás a mãe e dois irmãos e passou a viver nas ruas da zona sul carioca com novos amigos, recolhendo-se a um abrigo de vez em quando.
Segundo o jornal, depois que fugiu do hospital para onde foi levado após a agressão, o jovem foi até o abrigo. Chegou machucado, mas não contou a ninguém o que houve. Ele esperou até segunda-feira, quando uma assistente social com quem gostava de conversar e em quem confiava voltou ao trabalho para relatar a ação dos "justiceiros".
No dia da agressão, a primeira pessoa a socorrer o adolescente foi a educadora Yvonne Bezerra de Mello, responsável por postar a foto do jovem na internet, o que gerou grande repercussão. Ela tem um histórico de luta pelos direitos humanos, segundo o jornal. Logo após a chacina da Candelária, em 1993, foi a ela que os sobreviventes procuraram buscando socorro.
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