10 de fevereiro de 2014

Cadela que morava há dois anos em cemitério é resgatada no DF Branquinha se mudou para o local desde a morte do dono, diz funcionário. Resgatado, animal está na casa de veterinário e irá para adoção.


Cadela Branquinha deitada no jazigo do dono, em cemitério no Distrito Federal (Foto: Monique Ferreira Buarque/Arquivo pessoal)Cadela Branquinha deitada no jazigo do dono, em cemitério no Distrito Federal (Foto: Monique Ferreira Buarque/Arquivo pessoal)
A história de uma cadelinha que morava há dois anos no cemitério de Sobradinho II, no Distrito Federal, chamou a atenção de cinco protetores de animais: ela se instalou no local desde o sepultamento do dono e passou a ser sua única visitante. Rapidamente, Branquinha virou o xodó dos jardineiros e coveiros, que passaram a alimentá-la. Mas, apesar dos cuidados, o animal ganhou ferimentos nas patas e ficou bastante magra e, por isso, foi resgatada e levada para a casa de um veterinário na sexta-feira (7).Responsável pelo resgate, a estudante Monique Buarque, de 21 anos, conheceu Branquinha enquanto visitava o jazigo da avó na terça. “Fui me aproximando dela oferendo água e bifinho", lembra. "Ela estava bem suja, com pequenos ferimentos em seu corpo, com uma pata em carne viva e cheio de bicheira. Não sei se foi briga entre cachorros ou maldade de alguém. Ela estava bem magrinha e com uma aparência triste.”Para os trabalhadores, apesar de perderem o contato com a cadelinha, descrita como dócil e companheira, o resgate foi o melhor que poderia acontecer a Branquinha. Encarregado da manutenção dos túmulos e dos jardins, Rodrigo Farias diz se lembrar da chegada da cachorrinha.Monique decidiu, então, tirar uma foto da cadela para divulgar a história em redes sociais e pedir ajuda. Logo, conquistou o apoio de três amigas e de um veterinário. O resgate não foi fácil, já que Branquinha relutava em se distanciar do túmulo do dono. Nem mesmo com a ajuda dos trabalhadores do cemitério ela se rendeu. O veterinário que acompanhou o resgate, Victor Rios, precisou usar uma coleira a uma focinheira para pegá-la“Ela acompanhou o sepultamento do dono dela e, desde então, ficou aqui. Aqui emprenhou, teve três filhotinhos, mas gente ruim veio e matou. Só que nem assim ela saiu, nunca abandonou o dono”, disse Farias.FuturoResponsável pelo tratamento da cadela, o veterinário Victor Rios afirmou que Branquinha está melhorando. O problema, segundo ele, é que ela continua sem conseguir comer ração.
Segundo o profissional, o animal tem entre 6 e 7 anos de vida. A expectativa é de que ela ainda passe por uma castração e extraia parte dos dentes em breve para, então, poder ser entregue à adoção. Os gastos até agora já somam R$ 300.“Chegou com o olho direito inchado, com uma ferida na perna, faminta, com muita sede, anemia,  com diarreia, vômito e doença periodontal grave e uma provável gastrite”, afirmou. “O vômito ocorreu apenas pela manhã [neste domingo]. Não apresentou mais diarreia. Na ferida está sendo feito curativo com antibiótico. A doença periodontal terá uma avaliação posterior após sedação, ela ainda está muito debilitada para mexer na parte odontológica agora. A gastrite está sendo tratada também.”Vamos selecionar pessoas que estejam interessadas na adoção dela. Precisamos conhecer o novo dono e o ambiente em que ela irá ficar. Se os donos são bons, se têm condições de cuidar dela, se o ambiente é limpo, organizado, espaçoso. Vai haver todo um procedimento e iremos acompanhá-la para ver se ela reage bem à nova casa dela. Ela é uma cachorrinha adorada e, pela história dela, merece receber muita atenção, carinho e amor”, explicou Monique.

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