Seis anos após acidente da TAM, réus começam a ser julgados em SP

Seis anos depois da tragédia aérea que deixou 199 mortos em 17 de julho de
2007, começa nesta quarta-feira (7) o julgamento dos réus do acidente com o voo
JJ3054 da TAM. Nesta data, que havia sido definida ainda em 2012, ocorrerão os
depoimentos de testemunhas de acusação. As testemunhas de defesa serão ouvidas
em audiências marcadas para novembro e dezembro deste ano.
De acordo com a Justiça Federal, a audiência ocorre a partir das 14h30, na 8ª
Vara Criminal Federal de São Paulo. Não será permitida a entrada da imprensa e
os familiares das vítimas deverão acompanhar a movimentação do lado de fora do
Fórum.
"Infelizmente por uma questão de espaço, nós não poderemos entrar. Ainda
assim vamos acompanhar de perto na expectativa de que sejam enfim punidos os
culpados, mais de seis anos depois", diz ao G1 Dario Scott, presidente da
Associação de Familiares e Amigos das Vítimas do Voo TAM JJ 3054 (Afavitam).
fonte: Nathália Duarte Do G1 São Paulo
No momento do acidente no dia 17 de julho de 2007 estava chovendo, e o A320
da TAM estava com um de seus reversos (parte de seu sistema de freio)
desativado. Os pilotos não conseguiram parar o Airbus, que atravessou a pista do
Aeroporto de Congonhas e bateu em um prédio do outro lado da Avenida Washington
Luís. A pista do aeroporto havia sido reformada e liberada havia 20 dias sem o
grooving - ranhuras feitas para ajudar a frear os aviões.
Três pessoas são acusadas de atentado contra a segurança de transporte aéreo:
Marco Aurélio dos Santos de Miranda e Castro, à época diretor de Segurança de
Voo da TAM; Alberto Fajerman, que era vice-presidente de Operações da TAM; e
Denise Maria Ayres Abreu, então diretora da Agência Nacional de Aviação Civil
(Anac).
Segundo o procurador que ofereceu a denúncia dos envolvidos, Marco Aurélio e
Alberto Fajerman tinham conhecimento “das péssimas condições de atrito e
frenagem da pista principal do aeroporto de Congonhas” e não teriam tomado
providências para que os pousos fossem redirecionados para outros aeroportos, em
condições de pista molhada.
[Vista geral da Praça Memorial 17 de julho (Foto: Eduardo Knapp /Folhapress)]
Vista geral da Praça Memorial 17 de julho, em 2012
(Foto: Eduardo Knapp
/Folhapress)
A denúncia também afirma que eles não divulgaram, a partir de janeiro de
2007, “as mudanças de procedimento de operação com o reversor desativado
(pinado) do Airbus-320”. O MPF considerou que a então diretora da Anac, Denise
Abreu, “agiu com imprudência” ao liberar a pista do Aeroporto de Congonhas, a
partir de 29 de junho de 2007, “sem a realização do serviço de 'grooving’ e sem
realizar formalmente uma inspeção, a fim de atestar sua condição operacional em
conformidade com os padrões de segurança aeronáutica”.
O advogado de defesa de Denise Maria Ayres Abreu, Roberto Podval, disse em
2012 ao G1, quando o acidente completou cinco anos, que a ex-diretora da Anac
não tem qualquer responsabilidade pelo acidente. "Ela não tem nenhuma relação
com o acidente. Seu trabalho na Anac era meramente jurídico, sem nenhuma ligação
com segurança de voo. Achamos estranho que ela tenha sido responsabilizada",
disse.
O mesmo argumento foi usado pelo advogado de defesa de Alberto Fajerman e
Marco Aurélio Castro. "Nós negamos que eles tenham agido com negligência. Eles
não tiveram qualquer responsabilidade sobre o acidente. Para mim, o inquérito é
carente de elementos que sustentem a acusação", afirmou na época o criminalista
Antonio Claudio Mariz de Oliveira.fonte tn online
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