18 de abril de 2017

Associação Paranaense de Psiquiatria aborda prós e contras de série sobre suicídio

Depois que a Netflix lançou a série “13 Reasons Why”, esse assunto ganhou a mídia e a diretoria executiva da Associação Paranaense de Psiquiatria (APPSIQ) emitiu uma nota para contribuir com essa conversa sobre suicídio e para reforçar a ideia de que alguém em sofrimento precisa de ajuda profissional.
Na nota oficial a associação afirma que “considerando que as obras de ficção simbolizam a vida real e podem contribuir para fomentar discussões de temas importantes para a sociedade, a APPSIQ manifesta satisfação em constatar que um seriado que trata de bullying, depressão e suicídio entre adolescentes tenha provocado alta de 170% nos acessos ao Centro de Valorização da Vida (CVV), que há 55 anos atua na prevenção do suicídio no Brasil.
No entanto, levando em consideração que a Organização Mundial de Saúde (OMS) relata que mais de 90% dos suicídios estão relacionados com transtornos mentais e que a maioria dos óbitos poderia ser evitado se houvessem estratégias de prevenção mais acessíveis à comunidade, a série “13 Reasons Why” peca por não abordar a questão do adoecimento mental da personagem, não provocar diálogos sobre como o desfecho dela poderia ser evitado e principalmente por dar a impressão de que buscar ajuda é algo que não funciona.
Além disso, a “glamourização” do suicídio e a utilização do autoextermínio como instrumento de vingança provocam o chamado efeito Werther – termo científico pelo qual a publicidade de um caso notável serve de estímulo para novas ocorrências, contribui para a difusão do método, apologia ou idealização do ato. Embora a série apresente a agonia dos que ficam – afinal, um suicídio afeta pelo menos outras seis pessoas de convívio direto com o autor -, ela atrela o suicídio à ideia de culpabilização.
O suicídio é um tema complexo, cheio de tabus e deve ser tratado com responsabilidade, delicadeza e, principalmente, com o apoio de profissionais especializados. Para os que se identificam com a personagem ou já pensaram em suicídio, a APPSIQ reitera que busquem a ajuda de um psiquiatra e coloca todos os seus meios de comunicação à disposição da sociedade”, finaliza a nota.(massanews)

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