29 de abril de 2014

Seis presos queimados vivos por outros detentos em rebelião



Seis presos foram mortos por outros detentos, em uma rebelião que durou mais de oito horas no presídio de Eunápolis, nesta segunda-feira (28). Sete feridos foram levados para o Hospital Geral, mas não correm risco de morrer. Atingidos por pedras, dois policiais militares também tiveram ferimentos leves.

Os mortos, em sua maioria presos acusados de estupro, foram amarrados a colchões e queimados vivos. Os corpos, ainda não identificados, foram encaminhados para o IML de Porto Seguro.

Por volta das 17h30, a rebelião foi contida por cerca de 60 policiais. A ala onde ocorreu a rebelião foi totalmente destruída e queimada.

Representantes da Polícia Militar, junto com o superintendente de gestão prisional da Secretaria Estadual de Administração Penitenciária e o diretor do presídio ainda decidem o local para onde os presos serão encaminhados, pois a ala não tem condições de abrigar os detentos.

De acordo com o major Cléber Santos, comandante da 7ª CIPM, a PM foi convocada para dar apoio a uma revista que seria feita nas celas da unidade prisional, o que provocou revolta no momento da fiscalização.

Cerca de 350 presos quebraram o pátio todo. Precisamos entrar para o estrago não ser maior. Tivemos apoio dos Bombeiros, pois eles queimaram muitos objetos’, disse o major Cléber.

Uma funcionária da direção do presídio, que não quis se identificar, informou que a unidade está com cerca de 600 detentos – a capacidade é para 456 internos.

Os presos Udson Nascimento Jesus, 31 anos e Wagno Santos Porto, de 32, foram levados para o Hospital Geral no começo da rebelião. Segundo um médico, eles apresentavam perfurações nas pernas. 

O major Gilson Paixão, diretor do presídio, disse que, durante a revista, um policial efetuou disparo nas pernas dos detentos para resguardar a integridade física de agentes que tentavam fazer a revista.

'Eles depredaram a unidade, matando friamente, queimados, seis internos. Todos que morreram tinham rivais e estavam na cela conhecida como seguro, arrombada na rebelião. Pelos menos dois não são estupradores', declarou Paixão.
Foto: RADAR 64
Detentos causaram grandes estragos no presídio
O juiz da Vara de execuções penais de Eunápolis, Otaviano Andrade Sobrinho, e a presidente da Ordem dos Advogados do Brasil na cidade, Roberta Tutrut, tentaram em vão negociar uma rendição dos presos antes de a polícia determinar a ocupação do local.

Segundo Roberta, os presos não chegaram a apresentar nenhuma reivindicação nem explicaram as razões da rebelião. 

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