Profissionais respondem pela remoção dos órgãos do menino Paulo
Pavesi.
Caso aconteceu em 2000 e revelou a suposta “Máfia dos Órgãos”.

Começam nesta quarta-feira (31) as audiências de
instrução e julgamento do caso sobre a retirada e o possível tráfico de órgãos
do menino Paulo Veronesi Pavesi, morto aos 10 anos em Poços de Caldas (MG). O
caso aconteceu no ano 2000 e ganhou repercussão internacional. Os médicos Celso
Roberto Frasson Scafi, Cláudio Rogério Carneiro Fernandes e Sérgio Poli Gaspar
são acusados de pertencer à chamada “Máfia dos Órgãos”. Eles serão julgados pelo
crime, com o agravante de tê-lo praticado em pessoa viva, resultando em morte,
segundo a Lei de Transplantes. Esta será a primeira vez que os médicos
envolvidos no ‘Caso Pavesi’ serão ouvidos em audiência.
Segundo o Ministério Público, o julgameneto de hoje é apenas um dos processos
que apura a morte do menino. Na ocasião, Paulinho, como era conhecido, caiu de
uma altura de 10 metros do prédio onde morava e foi levado para o pronto-socorro
do Hospital Pedro Sanches. Ainda de acordo com o Ministério Público, o menino
teria sido vítima de um erro médico durante uma cirurgia e foi levado para a
Santa Casa de Poços de Caldas, onde teve os órgãos retirados por meio de um
diagnóstico de morte encefálica, que supostamente teria sido forjado.
No julgamento, previsto para durar dois dias, 29
testemunhas, entre defesa e acusação, serão ouvidas no Fórum de Poços de
Caldas. Os médicos Celso Roberto Frasson Scafi e Cláudio Rogério Carneiro
Fernandes, já foram condenados em 1ª instância em fevereiro deste ano por outro
crime. A dupla teria feito a retirada ilegal de órgãos do pedreiro José Domingos
de Carvalho, morto aos 38 anos em abril de 2001, na Santa Casa de Poços de
Caldas. Os dois médicos recorreram da condenaçção e aguardam a decisão da
Justiça em liberdade.

conduz as audiências. (Foto: Reprodução EPTV)
As audiências serão conduzidas pelo juiz Narciso
Alvarenga Monteiro de Castro, que em março deste ano teve o pedido de afastamento do caso negado
pela 3ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG). Na
ocasião os advogados de Celso Roberto Frasson Scafi e Cláudio Rogério Carneiro
Fernandes pediram o afastamento do magistrado alegando que o juiz teria
demonstrado parcialidade em relação aos casos. A liminar foi suspensa no mês passado e o juiz voltou a
presidir as audiências dos processos referentes ao tráfico de órgãos na
cidade.
Os advogados dos médicos acusados foram procurados pelo G1 e
informaram que vão se manifestar durante o julgamento.
Nenhum comentário:
Postar um comentário