7 de outubro de 2015

Durante a noite na Rebelião em Londrina: dois presos fogem e outro corre risco de morte no HU

A rebelião dos presos da unidade dois da Penitenciária Estadual de Londrina (PEL 2) se tornou ainda mais tensa durante o final da noite de terça (6) e o início da madrugada desta quarta-feira (7), quando os bombeiros precisaram ser acionados para conter incêndios em pelo menos três das alas do presídio e atender um detento que acabou jogado pelos rebelados do telhado da unidade. O preso, que seria um ex-policial condenado por tráfico de drogas, sofreu ferimentos gravíssimos e foi encaminhado, entre a vida e a morte, para o Hospital Universitário (HU) de Londrina. Segundo a assessoria de imprensa da instituição, o detento, não identificado, está sedado e respirando com a ajuda de aparelhos. 

Outros dois detentos, que, conforme a polícia, teriam quebrado as pernas tentando fugir da rebelião com medo de morrer, também estão internados no HU. Identificados como Rodrigo Aparecido Oliveira Soares, de 30 anos, e Júlio César Sampaio, de 22, eles estão conscientes, calmos e em tratamento no hospital. 

Outro fato registrado na madrugada envolve a fuga de pelo menos dois presos da penitenciária. Informações extraoficiais dão conta de que três detentos tentaram escapar pelos fundos da unidade, dois conseguiram se esconder em um matagal e um foi recapturado pela Polícia Militar (PM). Os agentes chegaram a atirar para tentar conter os fugitivos, mas não obtiveram sucesso. A dupla supostamente foragida está sendo procurada pelos policiais. 
A rebelião começou por volta das 10h30 de terça-feira, quando um agente abria a cela da galeria 21 da unidade para guardar um preso que havia recebido atendimento médico. Pelo menos 150 detentos participam do motim nos telhados da penitenciária, e outros onze deles estão sendo mantidos reféns. Os detentos, de facções rivais, ex-policiais ou acusados de crimes sexuais, estão amarrados e sofrem agressões com frequência. 

A PEL 2 está isolada por um cordão de pelo menos 50 policiais militares. As negociações para o fim da rebelião tiveram início na tarde de ontem, avançaram durante a noite e devem continuar agora pela manhã, com a intermediação de advogados, Pastoral Carcerária, Centro de Direitos Humanos e OAB. 

Segundo o Grupo Restaurando Londrina, que atua na implantação da chamada Justiça Restaurativa nas unidades prisionais da cidade, o racionamento de água e comida para os detentos da PEL 2 pode ter causado a rebelião

Com capacidade para 960 presos, a penitenciária abrigava cerca de 1.140 no início da rebelião.(bonde)




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