O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou a Curitiba na noite de terça-feira, 12, de carro, para prestar o segundo depoimento ao juiz Sérgio Moro, responsável pela Lava Jato na primeira instância.
Segundo o ex-ministro Gilberto Carvalho, Lula chegou “bem” e está hospedado na casa de um amigo. Auxiliares do petista divergem sobre o motivo pelo qual o ex-presidente descartou a viagem de avião. Segundo alguns, foi devido ao alto custo de aluguel de um jato particular.
Já o ex-ministro Alexandre Padilha, vice-presidente do PT, disse que foi por uma questão de comodidade. “Foi opção dele para não ter que fixar horário. Outro dia Lula foi ao Rio de carro e gostou. Assim viaja mais discreto”, disse Padilha.
O depoimento, desta vez, faz parte da ação penal na qual Lula é acusado de corrupção passiva e lavagem de dinheiro supostamente por ter recebido recursos da Odebrecht para a compra de um terreno destinado a abrigar a sede do Instituto Lula em São Paulo e de um apartamento vizinho ao do petista em São Bernardo do Campo, no ABC paulista.
Quando esteve diante de Moro em Curitiba pela primeira vez, em maio passado, o ex-presidente prestou depoimento no caso do triplex do Guarujá, cidade do litoral de São Paulo. Posteriormente, o petista foi condenado naquela ação a 9 anos e 6 meses de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Atos
De acordo com Dr. Rosinha, presidente estadual do PT do Paraná, a expectativa é que o ato pró-Lula possa reunir quatro mil pessoas, menos que os cerca de 5 mil manifestantes vistos em 10 de maio, data do primeiro encontro entre o ex-presidente e o juiz da Lava Jato.No primeiro caso, ele foi acusado de receber R$ 3,7 milhões em propina, de forma dissimulada, da empreiteira OAS. Em troca, ela seria beneficiada em contratos com a Petrobras. Nesta ação, Lula foi condenado a nove anos e meio de prisão.
A Secretaria de Segurança Pública do Paraná disse em nota esperar cerca de 2,5 mil manifestantes favoráveis ao petista amanhã. O efetivo destacado para acompanhar os atos também será menor, cerca de mil homens, contra quase 1,7 mil PMs e mais de 3,3 mil agentes de segurança pública em maio. Manifestações de grupos hostis ao PT e Lula, como o Movimento Brasil Livre (MBL) também estão agendadas em outros pontos da capital paranaense.
Com a expectativa de mobilização menor, a Justiça Federal em Curitiba manteve o expediente da terça-feira, ao contrário do que aconteceu em maio, quando o tribunal fechou as portas com receio da confusão.
Enquanto o ex-presidente depõe, o PT organizou uma programação que inclui atividades culturais e aula pública com o ministro da Justiça do governo Dilma Roussef, Eugênio Aragão, o senador Roberto Requião (PMDB-PR) e o líder do MST, João Pero Stédile.
Às 19h, está agendado um ato público de políticos do partido. Entre os confirmados pela organização, estão a senadora e presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, e os senadores Humberto Costa (PE), Lindbergh Farias (RJ), Fátima Bezerra (RN) e Paulo Rocha (PA). Presente em maio, a ex-presidente Dilma Roussef ainda não decidiu se vai a Curitiba amanhã.
Bloqueios
O entorno do prédio da Justiça Federal terá bloqueios num raio de 150 metros. Todas as pessoas que moram e trabalham em ruas próximas precisaram se cadastrar na Polícia Militar (PM). Entre as ruas que terão interdições está a Avenida Anita Garibaldi, entre as ruas São Sebastião e Eça de Queiroz.
Grupos a favor e contra o ex-presidente pretendem protestar no dia do depoimento. De acordo com a Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp), eles serão separados, para evitar confrontos. Quem quiser realizar manifestações a favor de Lula deverá ficar na Praça Santos Andrade. Já as pessoas contrárias devem permanecer na região do Centro Cívico.(bandaB)
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