5 de novembro de 2013

'Nunca vi uma dor tão grande', diz pai que luta para enterrar filho há um mês

Leandro do Nascimento Carvalho foi executado em São Vicente, SP.
Pai ainda aguarda exame de DNA para poder enterrar o corpo.



José Raimundo, pai de PM morto em baile funk de São Vicente, SP (Foto: Reprodução/TV Tribuna)José Raimundo, pai de PM morto em baile funk de
São Vicente, SP (Foto: Reprodução/TV Tribuna)
A morte do policial militar Leandro do Nascimento Carvalho, que foi executado por traficantes em um baile funk em São Vicente, no litoral de São Paulo, completa um mês nesta quarta-feira (5). Ele levou mais de 20 tiros, teve o corpo esquartejado e queimado na comunidade do Sambaiatuba.
O pai da vítima, José Raimundo, não se conforma pela perda do filho e luta há um mês para conseguir enterrar o corpo. "Eu já perdi pai, perdi mãe. Tenho a lembrança deles constantemente. Pode ser que o tempo se encarregue de aliviar, eu tenho dúvidas disso, mas eu nunca vi uma dor tão grande como essa", lamenta.
Leandro foi até o local com dois amigos, o ex-sargento da Aeronáutica Denis dos Santos Pedroso e um guarda municipal civil. Um levou um tiro na nuca e ainda segue internado em estado grave. Já o outro conseguiu fugir e auxilou a polícia na reconstituição do caso.
O corpo do PM ainda não foi reconhecido oficialmente. O pai espera o resultado de um exame de DNA, que deve sair nos próximos dias, para poder enterrar o filho. Situação que só aumenta a dor de José Raimundo. "Espero que autoridades competentes pelo menos liberassem para que eu pudesse enterrar meu filho", diz.
Duas pessoas já foram presas suspeitas de participação no crime: uma mulher, que teria atraído a vítima para o local, e um homem, que seria namorado dela e traficante local. Além deles, outro suspeito, Jaílton dos Santos, teve a prisão decretada e está foragido. Segundo a polícia, outras duas pessoas devem ser indiciadas até esta quarta-feira (3).
José Raimundo pensa em organizar um movimento junto de outros pais que também perderam filhos policiais militares para mobilizar o governo estadual. "Temos de pensar em alguma maneira de mexer com o sentimento das autoridades. Nós, que somos vítimas, não estamos pedindo confronto de policiais com marginal. Nós queremos que se faça uma prevenção porque o marginal não quer confronto com a polícia armada. Por isso, eles fazem este tipo de execução. Meu filho foi morto porque era policial. Ele não tinha briga com ninguém, não tinha inimigo. Descobriram que ele era policial e executaram ele".

O caso
O policial Leandro do Nascimento Carvalho foi morto na madrugada do último sábado (5), em um baile funk na comunidade do Sambaiatuba, em São Vicente, no litoral de São Paulo.
Segundo testemunhas, ele foi descoberto por traficantes da região, que executaram o militar com vários tiros, além de pedradas e chutes. Após o crime, os bandidos esquartejaram e atearam fogo no corpo.
Outro rapaz, o ex-sargento da Aeronáutica Denis dos Santos Pedroso, foi baleado com um tiro na nuca, que atingiu a coluna cervical. A vítima foi encaminhada para o Hospital Municipal de São Vicente e, em seguida, transferida para o hospital Ana Costa, em Santos. Ele está internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) em estado grave. Um terceiro homem que estaria com a dupla, um guarda civil municipal, conseguiu fugir.
'WD' é apontado como tesoureiro de facção criminosa de São Paulo (Foto: Reprodução/TV Tribuna)'WD', suspeito de participação na morte de Leandro do Nascimento Carvalho (Foto: Reprodução/TV Tribuna)




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