Na semana em que Beatriz Cordeiro Abagge (43) será julgada, pelo caso da morte de Evandro Ramos Caetano, ocorrida em abril de 1992, na cidade de Guaratuba, litoral do Paraná, em um suposto caso de magia negra, o delegado de polícia Luis Carlos Oliveira, atual responsável pela Delegacia de Crimes contra o Patrimônio, que investigou o caso na época, defende que a versão da Promotoria não passa de uma farsa montada para incriminar Beatriz e as outras seis pessoas acusadas do crime.
Para Oliveira, uma encenação foi montada na intenção de prejudicar a família Abagge. O prefeito de Guaratuba, na ocasião, era Aldo Abagge, pai de Beatriz e casado com Celina Abagge, também suspeita do crime contra o menino Evandro. “O verdadeiro responsável disso, que cresceu com um sentido de vingança, é Diógenes Caetano. Ele cresceu acreditando que o motivo da separação dos pais teria um sido um caso que o pai, ex-prefeito de Guaratuba, teria vivido com Celina Abagge, quando ele era ainda um adolescente. Foi o Diógenes quem causou tudo, que levou e induziu a polícia ao erro. E a polícia, a partir do momento em que se deixou levar, não tinha mais retorno”, afirmou o delegado.
Ainda segundo Luis Carlos Oliveira, as confissões assinadas por Beatriz e Celina, foram obtidas sob tortura. “Beatriz e Celina foram torturadas e seviciadas, e somente confessaram o crime por este motivo”, disse Oliveira. O delegado concluiu, após as investigações da época, que Evandro pode ter sido sequestrado, para ser vendido no exterior, por quadrilhas que, na época, praticavam este tipo de crime. Mesmo fim, de acordo com o delegado Luis Carlos, de Leandro Boff, outro menino que também desapareceu do município de Guaratuba, em fevereiro de 1992.
O julgamento de Beatriz Abagge acontecerá no 2.º Tribunal do Júri de Curitiba, atuando na acusação a promotora Lúcia Inez Giacomitti Andrich.Além de Beatriz, a mãe dela, Celina Cordeiro Abagge, também deveria ir a novo júri popular, mas por já ter mais de 70 anos ficou inimputável pela legislação brasileira.
Ambas protagonizaram, em 1998, o mais longo júri da história do Brasil (34 dias) e foram absolvidas. O Ministério Público recorreu e conseguiu a anulação daquele julgamento. Dos outros cinco acusados (todos homens), três foram condenados a penas superiores a 18 anos de prisão e dois foram absolvidos.
O caso
Segundo a denúncia da promotoria, na noite de sete de abril de 1992, o menino Evandro Rogério Caetano, na época com seis anos de idade, teria sido sacrificado em um ritual de magia negra. Sete pessoas são acusadas pelo crime: Celina e Beatriz Abagge; os pais de santo Vicente de Paula Ferreira e Osvaldo Merceneiro; Davi dos Santos Soares, Francisco Sérgio Cristofonili e Airton Bardelli dos Santos, ligados a prática de magia negra.
O menino teria sido seqüestrado na véspera do crime, por Celina e sua filha Beatriz e levado para um galpão da serraria de propriedade de Aldo Abagge, onde se realizaria o Ito satânico.
“O local onde o ato foi realizado era escuro, iluminado apenas por sete velas brancas, sete velas pretas e sete velas vermelhas. Durante o ritual, Osvaldo cantava hinos em louvor a “Exu”. À medida que ia sendo retirados os órgãos da criança, Celina ia fazendo pedidos de proteção e vitória, ou seja, proteção no comércio, para abrir o lado financeiro e força na política”, disse Vicente de Paula Ferreira, em depoimento.
No final do rito, as tigelas de barro, ou alguidares, contendo os órgãos do menino, teriam sido colocados numa “casinha”, do tamanho da casa de um cachorro, construída no quintal para essa finalidade (uma espécie de pequeno templo dedicado a Exu).
O primeiro julgamento deste caso, ocorrido em 1998, foi o mais longo da história do Brasil, durando 34 dias. As rés, naquela ocasião, foram absolvidas. Em 2004, um novo julgamento terminou com a condenação de três pessoas. O pai de santo Osvaldo Marceneiro (43), e o pintor Vicente de Paula Ferreira (54), foram condenados a 20 anos e dois meses de prisão, por homicídio triplamente qualificado, sequestro e cárcere privado. O terceiro acusado, o artesão Davi dos Santos Soares, 42, foi absolvido do crime de sequestro, mas culpado pelo homicídio. Sua pena foi estipulada em 18 anos e oito meses de prisão.banda b
Para Oliveira, uma encenação foi montada na intenção de prejudicar a família Abagge. O prefeito de Guaratuba, na ocasião, era Aldo Abagge, pai de Beatriz e casado com Celina Abagge, também suspeita do crime contra o menino Evandro. “O verdadeiro responsável disso, que cresceu com um sentido de vingança, é Diógenes Caetano. Ele cresceu acreditando que o motivo da separação dos pais teria um sido um caso que o pai, ex-prefeito de Guaratuba, teria vivido com Celina Abagge, quando ele era ainda um adolescente. Foi o Diógenes quem causou tudo, que levou e induziu a polícia ao erro. E a polícia, a partir do momento em que se deixou levar, não tinha mais retorno”, afirmou o delegado.
Ainda segundo Luis Carlos Oliveira, as confissões assinadas por Beatriz e Celina, foram obtidas sob tortura. “Beatriz e Celina foram torturadas e seviciadas, e somente confessaram o crime por este motivo”, disse Oliveira. O delegado concluiu, após as investigações da época, que Evandro pode ter sido sequestrado, para ser vendido no exterior, por quadrilhas que, na época, praticavam este tipo de crime. Mesmo fim, de acordo com o delegado Luis Carlos, de Leandro Boff, outro menino que também desapareceu do município de Guaratuba, em fevereiro de 1992.
O julgamento de Beatriz Abagge acontecerá no 2.º Tribunal do Júri de Curitiba, atuando na acusação a promotora Lúcia Inez Giacomitti Andrich.Além de Beatriz, a mãe dela, Celina Cordeiro Abagge, também deveria ir a novo júri popular, mas por já ter mais de 70 anos ficou inimputável pela legislação brasileira.
Ambas protagonizaram, em 1998, o mais longo júri da história do Brasil (34 dias) e foram absolvidas. O Ministério Público recorreu e conseguiu a anulação daquele julgamento. Dos outros cinco acusados (todos homens), três foram condenados a penas superiores a 18 anos de prisão e dois foram absolvidos.
O caso
Segundo a denúncia da promotoria, na noite de sete de abril de 1992, o menino Evandro Rogério Caetano, na época com seis anos de idade, teria sido sacrificado em um ritual de magia negra. Sete pessoas são acusadas pelo crime: Celina e Beatriz Abagge; os pais de santo Vicente de Paula Ferreira e Osvaldo Merceneiro; Davi dos Santos Soares, Francisco Sérgio Cristofonili e Airton Bardelli dos Santos, ligados a prática de magia negra.
O menino teria sido seqüestrado na véspera do crime, por Celina e sua filha Beatriz e levado para um galpão da serraria de propriedade de Aldo Abagge, onde se realizaria o Ito satânico.
“O local onde o ato foi realizado era escuro, iluminado apenas por sete velas brancas, sete velas pretas e sete velas vermelhas. Durante o ritual, Osvaldo cantava hinos em louvor a “Exu”. À medida que ia sendo retirados os órgãos da criança, Celina ia fazendo pedidos de proteção e vitória, ou seja, proteção no comércio, para abrir o lado financeiro e força na política”, disse Vicente de Paula Ferreira, em depoimento.
No final do rito, as tigelas de barro, ou alguidares, contendo os órgãos do menino, teriam sido colocados numa “casinha”, do tamanho da casa de um cachorro, construída no quintal para essa finalidade (uma espécie de pequeno templo dedicado a Exu).
O primeiro julgamento deste caso, ocorrido em 1998, foi o mais longo da história do Brasil, durando 34 dias. As rés, naquela ocasião, foram absolvidas. Em 2004, um novo julgamento terminou com a condenação de três pessoas. O pai de santo Osvaldo Marceneiro (43), e o pintor Vicente de Paula Ferreira (54), foram condenados a 20 anos e dois meses de prisão, por homicídio triplamente qualificado, sequestro e cárcere privado. O terceiro acusado, o artesão Davi dos Santos Soares, 42, foi absolvido do crime de sequestro, mas culpado pelo homicídio. Sua pena foi estipulada em 18 anos e oito meses de prisão.banda b
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