12 de janeiro de 2012

Assassino de Cambé estava bêbado e diz que matou Joseane com murros, após cometer o estupro

O assassino confesso de Joseane Pereira Moraes, nove anos, desaparecida em Cambé (16 km de Londrina) no dia 3 de dezembro de 2011, foi apresentado na 10ª Subdivisão Policial de Londrina. Na manhã desta quinta-feira (12), Adão Barbosa Xavier, 48 anos, assumiu que estuprou a menina e depois a matou com murros na face, com medo de que ela o denunciasse à família e à polícia.
O crime com requintes de crueldade parece não ter sido premeditado, mas a combinação entre alcoolismo e uma mente perturbada. Xavier tem um filho e duas filhas. A mais nova era amiguinha de Joseane, que frequentava a casa de seu assassino.
Xavier era pai de amiguinha de Josiane
Na tarde do dia 3 de dezembro, Joseane havia pedido para ir a uma festa da catequese. A mãe disse à menina esperasse a irmã mais velha tomar banho, mas a ordem não foi obedecida. Segundo o relato de Xavier à polícia, ele teria passado o dia todo
bebendo cerveja e pinga. Logo depois se dirigia à festa na capela quando encontrou a menina.
Os detalhes do crime foram apresentados pelo delegado da Polícia Civil de Cambé, Jorge Barbosa, e pela delegada do Serviço de Investigação de Crianças Desaparecidas (Sicride), Daniele de Oliveira Seriguelli. Eles disseram que já havia informações extraoficiais dos vizinhos que colocavam Xavier como o principal suspeito, mas as pessoas estavam intimidadas em falar, pois tinham medo do homem.
Após o achado do corpo de uma criança no último dia 5 de janeiro, os indícios da autoria do crime recaíram fortemente sobre o suspeito. "O material encontrado envolto do corpo levava a crer que era de algum depósito ali. Nesta quarta-feira (11), fizemos uma vistoria na casa dele e encontramos um material idêntico", contou o delegado Jorge Barbosa.
Após pegar Joseane no trajeto para a igreja, o homem a levou para um matagal, onde abusou sexualmente da menina. Xavier ainda afirmou que a menina não era virgem, que não havia usado preservativo, mas não tinha ejaculado dentro do corpo da criança. Ao perceber que poderia ser denunciado, começou a bater na cabeça de Joseane, provocando a morte.
Ele abandonou o corpo por alguns momentos enquanto foi até a sua – que é um depósito de lixo – para pegar sacos e uma espuma, que usou para envolver a criança. Durante a descoberta do cadáver, a cabeça se encontrava separada do resto do corpo, mas a polícia acredita que isso tenha sido fruto do trabalho de um animal ou da própria decomposição natural do organismo, descartando a hipótese de esquartejamento.
Assassino diz que matou Joseane espancada, após estupro - Pauline Almeida
Os delegados fizeram a prisão do assassino na tarde de
quarta-feira (11)
Outro fator que levou a polícia a crer que o Xavier era realmente o autor do crime foi a descoberta de que ele estava fazendo ameaças de morte à família de Joseane. Após confessar o homicídio, o homem ainda levou a polícia no local onde encontrou a menina, mostrou o espaço onde teria cometido o estupro e teria jogado o corpo.
Xavier não tinha passagens pela polícia, mas havia várias denúncias de maus tratos contra ele no Conselho Tutelar. Uma das filhas do homem, de 15 anos, chegou a contar que seu pai a levava para um meretrício onde vendia os serviços sexuais da adolescente por copos de pinga, mas o caso não foi confirmado.
Na tarde desta quinta-feira (12), o Instituto Médico-Legal (IML) termina os laudos sobre a causa da morte. Resta agora saber se o exame de DNA vai confirmar que o corpo é de Joseane. Os resultados devem sair dentro de 60 dias.
A delegada do Sicride, Daniele de Oliveira Seriguelli, afirma que a demora de registro nos casos de desaparecimento pode ser a diferença entre encontrar a vítima com vida ou já morta. "A orientação que a gente dá é que o quanto antes registre o boletim de ocorrência. Não existe o tabu de esperar 24 horas. Qualquer diferença de horário notada, de quebra na rotina, notifique a polícia. No início é que a gente consegue mais informações. É muito importante que isso seja feito de imediato, um dia faz muita diferença", comentou.
Até às 11h desta quinta-feira (12), o local onde Xavier iria ficar preso não estava decidido. Os detentos de Cambé, ao saberem que o assassino estava indo para lá, ficaram bastante alterados e ameçaram matar o homem. Provavelmente, ele deve ser mantido em uma sela privada de Londrina.
Ele será indiciado por homicídio qualificado, estupro e ocultação de cadáver. A pena pode chegar a 30 anos.fonte odiario

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