12 de julho de 2011

'Não sei o que aconteceu', diz pai que deixou crianças em bases da PM

Mulher foi ao encontro do marido, que está internado na Zona Sul de SP.
Filhos de 7 e 11 anos reencontraram a mãe na tarde desta terça (12). 

O homem que saiu da Praia Grande, no litoral de São Paulo, na segunda, e abandonou os filhos em bases da Polícia Militar na capital nesta terça-feira (12) disse nesta tarde que não sabe o que aconteceu desde que deixou a sua casa com as crianças, um garoto de 7 anos e outro de 11. O contador Wellington Luiz Ferreira da Silva, de 31 anos, está internado no Hospital Municipal do Campo Limpo e só deve ser liberado nesta quarta (13). "Não sei o que aconteceu. Minha mulher também me perguntou, mas eu falei a mesma coisa para ela", disse Silva
Por volta das 16h desta terça, a mulher de Silva, Paula Almeida da Silva, de 42 anos, encontrou o marido na área de psiquiatria do hospital. Eles se abraçaram e se beijaram, contrariando as suspeitas de que o casal havia brigado na noite desta segunda, ocasionando a saída do marido.
"Quando ele saiu de casa, estava tudo bem. Eu não tinha ideia de que isso ia acontecer. Foi uma surpresa para mim também", disse Paula.
Silva deixou a residência em Praia Grande com as duas crianças dizendo à mulher que levaria os filhos para a casa da sogra. Somente durante a madrugada Paula percebeu que estava trancada em casa e que o marido tinha levado as chaves. Segundo a Polícia Militar, ele chegou a ligar para a mulher para pedir que ela tivesse "harmonia e tranquilidade".
Uma das crianças pediu que o pai parasse o carro porque estava com fome, desceu e quando voltou não encontrou mais ninguém. “Eu desci do carro para pegar um pão pra mim e para o meu irmão. O papai falou ‘já volto’ e não voltou”, disse o menino de 7 anos.
Silva foi parado na região de Guarapiranga durante uma operação de rotina da PM. O filho mais velho, então, disse aos policiais que o homem tinha abandonado o irmão. Já Silva, segundo a polícia, afirmou que tinha esquecido o garoto de 7 anos em uma base policial, mas não se lembrava em qual.
Os PMs que participaram do caso disseram ao G1 que ele não raciocinava bem quando foi abordado. "Ele pedia que nós tivéssemos harmonia porque a temperatura do local não podia esquentar nem esfriar. Ele dizia que só a harmonia traria o equilíbrio necessário", disse uma policial. Silva começou a andar no meio da rua correndo o risco de ser atropelado. Os policiais, então, o renderam e decidiram levá-lo para o hospital.
Cláudia da Silva, irmã de Silva, disse que no último sábado (9) o irmão tinha agido de maneira estranha durante um encontro com a família. "Ele pedia a todos que fossem otimistas, dizia que se todos no mundo tivessem harmonia e fossem pacientes, o mundo seria bem melhor. Mas ele nunca tinha agido assim."
Paula comentou que o marido tem lido muitos livros de filosofia, mas que ela pensava que aquele era o material da faculdade de direito que ele cursa. "Não sei mais o que são esses livros que ele está lendo. Pode ser que tenha alguma coisa a ver", disse Paula.g1

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